quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

ESTOCOLMO

Estocolmo


A historia e a paisagem de Estocolmo são marcadas pela presença da água, sendo por isso mesmo chamada “a Veneza do Norte” É uma cidade que à primeira vista atrai porque a paisagem une harmoniosamente beleza natural e preocupação dos habitantes pela defesa dessa beleza.

Para o nosso grupo a chegada foi meio que uma aventura, porque o lugar por onde chegamos era distante do porto e não havia calado para que o nosso navio aportasse, então fomos transportados em barcos com capacidade para 150 pessoas cada. Os barcos partiam do navio lotados, e todos tínhamos uma sensação de medo, por nos sentirmos assim tão perto da água, com o vento forte e frio que potencializava a tremedeira (na foto você pode observar a distancia em que ficou o navio).


 Na verdade, poucos minutos de travessia, mas que a gente tinha pressa que eles passassem o mais rápido possível. Ao chegar à terra firme fomos transportados em ônibus para chegar até a cidade. A pessoa contratada para servir-nos de guia era brasileira, do Rio de Janeiro o que facilitava a comunicação, mas confesso que não houve muita empatia entre ela e os passageiros; em outras cidades,tivemos guias bem melhores.

Estocolmo é uma cidade digna de ser vista. A primeira impressão foi fantástica, vê-la do alto de uma colina, assim tão romântica, as pequenas ilhas todas com belíssimas construções dando uma impressão de ordem, os prédios tão bonitos se espelhando na água. Estávamos, então em uma colina para onde fomos levados, exatamente para poder ter uma visão panorâmica da cidade mas ela pode ser vista de outros pontos:edifícios altos, torres como a Kaknäs de 155mt no quarteirão de Gärdet, centro de transmissões de radio e televisão e o elevador Katerinahissen,mas não foi o nosso caso.

Ver essas pequenas ilhas dá sempre a impressão de que é difícil passar de uma para outra,que seja necessário fazer longos percursos de barco para fazer a travessia, mas,na verdade, disse-nos a nossa guia que é simples “saltitar” de ilha em ilha para alcançar o pedacinho de terra que se avista do outro lado do canal.

Estocolmo, segundo li em algum lugar, tem pouco mais de 800 anos, isto é, comparada a outras cidades européias tem uma historia relativamente recente, o que dá mais valor a uma região que se destaca por uma intensa vida cultural e uma arquitetura muito bonita. Normalmente se acredita que seja a cidade mais antiga da Suécia, mas não é. A mais antiga é uma cidade chamada Birka.

Visitamos o Vasamuseet que “deve ser o único museu do mundo construído para abrigar somente uma obra”. Lá pudemos ver o Vasa, um navio que naufragou durante a primeira viagem, como o Tinanic. Esse navio havia sido construído em 1628 por ordem do Rei Gustavo Adolfo e apenas soltou as amarras, após 15 minutos naufragou no porto de Estocolmo. Esteve submerso por 330 anos. Somente em 1961 uma expedição foi organizada para resgatá-lo e é impressionante ver objetos intactos dos seus tripulantes, alem de fermentas, esculturas, moedas, etc. O museu está sempre na penumbra para que a luz não venha a danificar o navio que está inteirinho lá dentro.



Vimos também a Stadshuten (torre da prefeitura) onde é possível subir durante o verão para ter o melhor ponto de observação da cidade. Soubemos, mesmo que não tenhamos visitado que é digno de ser visto no interior do prédio, o Salão Dourado que é maravilhosamente decorado com lindos mosaicos e vitrais preciosos e o pátio interno que tem arcadas de frente para o canal.

Como em todas as outras capitais pelas quais passamos durante a viagem,também em Estocolmo ficamos pouco, pouquíssimo tempo, mas valeu a pena, pois tivemos ocasião de estar num lugar onde nunca antes havíamos estado (pelo menos eu), observar a ordem reinante, o respeito pela natureza, a forma como os cidadãos são tratados pelos poderes públicos, as pessoas que vivem com dignidade, e pelo menos penso eu, não conhecem a miséria como grande parte do nosso povo conhece. As ruas são limpas, o transporte publico é eficiente,quase 100% da população fala pelo menos uma outra língua, enfim, um nível de desenvolvimento muito superior que, sem duvida, vem da educação e da inserção política dos cidadãos.


 Na verdade não se pode comparar em superfície aos nossos países sul americanos, mas percebe-se que o povo tem vontade de crescer e se desenvolver sempre mais.


Seria muito interessante ter visto mais, conhecido mais, mas infelizmente tínhamos outro compromisso, deveríamos navegar por dois dias para voltar ao Porto de Dover, na Inglaterra, nosso ponto de partida, para daí encontrarmos nada menos que Paris.

Mas este é assunto para nosso próximo encontro.

domingo, 28 de novembro de 2010

HELSINKI - FINLANDIA




Já sabia através de leituras que a Finlandia é um país de milhares de lagos, de natureza exuberante, de muita neve e frio cortante no inverno, de habitantes que têm com a natureza uma relação de amor e respeito .                                       
Aleksanderinkatu: uma rua no centro da cidade


na terra do Papai Noel uma foto com ele é necessária
                                                                              
 
Na verdade, tivemos apenas uma pequena amostra vendo somente a capital, Helsinki ( ou Helsinque ou Helsingfors) e somente por algumas horas e pelo menos no centro a impressão que tive foi de uma cidade onde tudo é certinho: os carros param para os pedestres atravessarem as ruas, os pedestres atravessam sempre nas faixas, os bondes são silenciosos e pontuais, enfim, tudo muito pacífico, aliás se tem mesmo uma impressão de paz e segurança. De fato, quanto à segurança, nos disse o nosso guia que a cidade é impecável e que os níveis de criminalidade estão entre os mais baixos da Europa e que o transporte público é considerado um dos mais eficientes da Europa (acho que já vi esse filme)... Tem uma arquitetura legal, mas poucas pessoas nas ruas, diferente do centro das outras capitais que visitamos, fervilhante de gente; portanto, para quem gosta de agito não é o lugar ideal, mas tem um grande numero de parques e estes são lindos e sombreados, uma atmosfera repousante.


monumento a Sibellius
Em um dos parques pudemos apreciar uma escultura dedicada a Sibellius,um finlandês que figura entre os mestres da musica
classica, onde fizemos algumas fotos. São todos cheios de lindas árvores, de grama verdinha e prá nós que moramos no agreste, na região seca, de árvores “sofridas” nas praças, de sertão seco, de sertanejo que tem de caminhar muito para encontrar um pouco de água, ver todo aquele exagero de verde, de     água, chega a parecer um paraiso.

Fizemos um “city tour” no ônibus contratado para esse fim e tivemos uma idéia da cidade. Descemos em alguns lugares para melhor apreciarmos. A cidade tem muitas igrejas sendo quase todas elas (94%) de fé luterana; 1% de ortodoxos e o restante de outras
religiões tendo somente uma igreja católica. Uma igreja, porem 
dentro da Temppeliaukio, a catedral escavada na rocha
chama a atenção sobre todas as outras: a Temppeliaukio que significa “templo na pedra” é escavada numa rocha de granito e realmente merece ser vista.

Em seu interior tem-se a impressão de estar em uma cratera. Sua cobertura é feita de uma espiral côncava de cobre e a igreja, que, devido à excelência da sua acústica é utilizada também como local de apresentações musicais. Também um afinadíssimo órgão que conseguimos escutar no momento em que visitávamos a igreja, contribuiu para uma sensação de recolhimento.

o lado de fora da igreja


A Catedral Uspenski erguida no topo de uma colina, de frente para o porto e construída com tijolos vermelhos é digna de nota. Realizada em estilo bizantino destacando-se, portanto, da arquitetura dos prédios à sua volta, lembra as catedrais ortodoxas de S. Petersburgo, o que não é de admirar, uma vez que até 1919 a Finlândia pertenceu à Rússia. Frente ao porto situa-se a Praça do Mercado que vale a pena conhecer. São dezenas de bancas armadas diariamente onde se encontra de tudo: roupas, casacos, curiosidades, souvenirs, temperos, frutas, peixes, tudo, enfim. Mas tudo tão limpo de admirar. 
Também a Catedral Luterana (Tuomiokirko) é uma belíssima igreja que fica localizada na Praça do Senado . No centro da praça há um monumento que homenageia o Tzar Alexandre II. Outros prédios importantes como o Conselho de Estado, a Universidade e a Biblioteca Central ficam localizados na mesma praça, e encontramos aí uma exposição itinerante de ursos feitos em plástico de cores vibrantes representando todos os países do mundo, naturalmente, entre eles encontramos o do Brasil.

Uma nota curiosa: uma das maiores empresas de comunicação do mundo, a Nokia, nossa conhecida por causa dos celulares, é finlandesa.


Há muitos prédios bonitos, lojas chics, ruas limpas, gente bonita e educada, e mesmo não sendo muito “badalado” como meta turística, aliás, acho que o charme reside mesmo na discrição, vale a pena visitar esse país, especialmente se houver a possibilidade de ver outras localidades onde o visitante poderá apreciar lindas paisagens tranqüilas, num lugar onde o espírito poderá se acalmar no contato com a água, com as árvores, com o mar...





quinta-feira, 18 de novembro de 2010

FINALMENTE MOSCOU!

Finalmente, MOSCOU!


O navio em que viajávamos aportou em S. Petersburgo, e fomos de avião para Moscou. Um avião que não dava em nada a sensação de segurança, e isso para mim que já sou meio apavorada com viagens de avião, foi horrível, mas, deixa pra lá...não estou aqui contando a história? Pois é. Fui e voltei.          

                                                        
Não posso dizer que conheço MOSCOU. No máximo posso dizer que lá estive. Tinha uma enorme curiosidade de conhecer essa cidade, pois mesmo sabendo que era bonita, a idéia que tinha da Rússia em geral era de comunismo ateu (que tanto se falava na minha época de estudante), de perseguições religiosas e políticas, de guerras, de pessoas que morriam nas prisões, e, mesmo num período mais próximo do nosso tempo, na Segunda Guerra Mundial,conhecia a saga dos soldados que sucumbiam de fome e de frio durante os rigorosíssimos invernos, e ainda das “escaramuças “ sangrentas já no Sec XX, de províncias em luta pela liberdade.    


Sabia também da importância das dinastias, dos governantes reais, dos czares, sabia de princesas e rainhas, de coroações e assassinatos, de Ivans e Dimitris, de Anastasias e Rasputins, de Gorbachevs e Perestroikas,enfim, romances lidos na juventude, filmes e documentários assistidos, ajudavam a manter a idéia desse país longínquo que nunca, mesmo em sonhos, havia imaginado visitar.



Não podia acreditar que estivesse pisando em solo russo. Parecia um sonho. E eu pensava e dizia para mim mesma: “abre os olhos, olha o que é possível, aproveita as poucas horas que vais passar aqui”. Já no ônibus que nos transportava do aeroporto à parte mais importante da cidade, podíamos apreciar as “dachas”, casas que eram construídas no campo para serem usadas nos finais de semana e cujos terrenos eram doados pelo regime comunista aos membros importantes do Partido. As cúpulas de catedrais, (há muitas em Moscou), lembrando a importância do cristianismo para esse povo, construções lindíssimas, cúpulas azuis, douradas, coloridas, numa policromia de encher os olhos.



Ao longo do caminho, se descortinavam aos nossos olhos lindas construções, catedrais belíssimas, (dizem que Moscou é a terra das catedrais enquanto que S. Petersburgo é a terra dos museus), prédios de apartamentos, o antigo se misturando ao moderno. Nosso guia russo, falava muitíssimo bem o português, usando inclusive, expressões muito nossas, o que nos ajudava a entender melhor o que é aquela cidade, como vive aquele povo.



Nos dirigíamos ao Kremlin, conjunto arquitetônico central de Moscou, coração da cidade e símbolo da sua grandeza. Suas muralhas dão uma impressão de força e poder e são o inconfundível modelo de fortificação da Europa Medieval. Foram construídas entre 1485 e 1495 e têm ao longo do seu perfil 18 torres de combate que se erguem numa extensão de 2235 metros. A visão é grandiosa! Catedral de S. Basilio, Catedral da Dormição, o tumulo de Lênin, testemunha do antigo regime comunista, o metrô, verdadeira obra de arte, (infelizmente só conseguimos ver duas estações), enfim, precisaríamos de pelo menos uma semana, para descobrir, visitar, admirar tudo o que de bonito tem aquela cidade. Mas as horas passaram rápidas e já nos chamavam para retornar ao ônibus que nos levaria ao aeroporto para retornarmos a S. Petersburgo e ao nosso lindo navio. Meu Deus, nãaaaao!!! De novo naquele avião? Fazer o que?

Ah esperar um pouco para conhecermos a simpática e fria Helsinque, novas paisagens, novos estilos, continuando essa maravilhosa viagem de sonhos ...

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

E AÍ, VAMOS CONTINUAR A VIAGEM?

Tallin

Oi, pessoal, vamos lá que o navio vai partir, estamos nos deslocando mais para o norte, rumo à cidade de Tallin. O frio está aumentando um pouco, estamos no outono e as temperaturas não obstante os belos dias de sol estão diminuindo dando já uma noção do que será o frio durante o inverno por essas paragens.


Vendedora de doces típicos
Chegamos agora a TALLIN, capital da Estonia , a pequena e charmosa cidade medieval que nos transporta em pensamento a tempos passados ; ir à Cidade Velha , caminhar sobre as pedras tornadas arredondadas pela ação do tempo e de milhares de pés que ali já pisaram ao longo dos séculos, ver as velhas construções,algumas ainda do Sec XI, as ruas estreitas, as moças vestidas com trajes típicos vendendo os doces regionais, parecia retornar no tempo,viver na Idade Média, mesmo que o comércio também movimentado, os bares e restaurantes, as lojas bonitas, a parte moderna, mostrem uma cidade cheia de vida, caminhando para o desenvolvimento, para o futuro, sem deixar de cultuar o passado, aliás, aprendendo mesmo com ele.

Tallin

Muito desenvolvido o comércio do âmbar (resina vegetal fossilizada), algumas vezes de cor amarelo claro, outras cor de conhaque, outras ainda até esverdeada, vendido nas dezenas de lojas sob a forma de brincos, colares, pulseiras, pingentes dos mais diversos modelos que muitas vezes parecem verdadeiras jóias e são mesmo, a julgar pelo preço cobrado em euros.

Mas o dia terminou e é hora de retornar ao navio, não sem antes passar na feirinha que fica na beira do cais com tantas, tantas coisas lindas! Pena que aquelas roupas de frio, luvas, écharpes, casacos, não sejam úteis para ser usados aqui em Fortaleza! No entanto, toalhas e caminhos de mesa delicadamente bordados com motivos natalinos, e lembrancinhas de todo o tipo foram ocasião para a “turma” fazer a festa!

Agora é embarcar ,jantar, ir ao teatro no navio, divertir-se e ir dormir esperando o momento de desembarcar em São Petersburgo, a linda cidade russa cortada pelo rio Neva que suavemente vai correndo através da cidade, banhando-a e embelezando-a, sem dar demonstração das três horríveis inundações ocorridas em 1724, 1824 e 1924 e outras menos graves que “tentavam aniquilar este prodígio de beleza, mas Petersburgo persistia.”

Rio Neva - S. Petersburgo


Catedral de santo Isaac - S. Petersburgo
É uma cidade que deixa perceber o cuidado com que foi construída. São Petersburgo é plana e linda. As construções de arquitetura claramente russa , fazem lembrar que ela já foi a capital do Império Russo e “personificação e gloria do Estado Russo”.Situada sobre ilhas do rio Neva, a cidade – conhecida como “Veneza do Norte” – começou a ser construída em 1703, sob Pedro, o Grande. Foi a capital imperial do país até a Revolução Russa, em outubro de 1917, da qual foi palco. Em homenagem a Lênin, seu nome foi mudado para Leningrado em 1924, mas voltou a ser chamada de São Petersburgo, em 1991.

Nós a visitamos numa manhã de sol o que dava mais brilho à magia visível daquela cidade. As pontes, as largas avenidas, o Cais da Universidade, a belíssima Catedral de S. Pedro e S. Paulo, cuja construção lembra um barco tendo como mastro uma elevada agulha dourada em cujo cimo está colocada a figura de um anjo, patrono da cidade. Esta “torre” pode ser vista de longe. Aliás, por falta de tempo foi assim que a vimos, de longe. Visitamos, porém, a belíssima Catedral de Santo Isaac onde está o ícone milagroso da virgem de Tikhvin, que há mais de cinco séculos, é uma defensora da fronteira noroeste da Rússia. É um dos mais venerados ícones ortodoxos e havia permanecido fora do país por 63 anos .

Museu Ermitage - tela de Leonardo da Vinci -(A Virgem da Flor)

Os prédios belíssimos lembram a gloria do império russo, a riqueza dos czares, e mais que tudo o belíssimo museu ERMITAGE, verdadeira jóia da cidade, construído sob Catarina II, para ser o palácio dos soberanos. Escadas maravilhosas, salões magníficos e um acervo de deixar boquiabertos quantos o visitam, nada ficando a dever aos melhores museus do mundo. Foi emocionante olhar de pertinho obras dos grandes mestres da pintura, da escultura, como Leonardo da Vinci, Michelangelo,como de outros mestres holandeses, franceses, espanhóis, enfim, tudo de melhor que já se ouviu falar em matéria de arte e ouvir da nossa guia , uma linda jovem russa de traços perfeitos e que falava correntemente o português, as explicações , os simbolismos por trás das pinturas, como por exemplo, no quadro de Rembrandt “O filho Prodigo”, observar o filho ajoelhado aos pés do Pai e sendo por ele abraçado, estando em evidencia as duas mãos do Pai, notando-se uma diferença entre elas, e que uma seria uma mão masculina e outra feminina, para simbolizar que quando nos arrependemos pelas ofensas cometidas contra o Pai, o seu abraço é de Pai e de Mãe.

Muito me emocionou essa explicação e foi para mim motivo de meditação. Mas era hora de partir, amanhã iremos a Moscou e estou muito emocionada, pois desejo muito conhecer essa cidade.

Até a próxima semana!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Uma viagem de sonho!


Alô, queridos amigos,
há dois meses não nos encontramos, mas dessa vez nem eu nem o computador estivemos "fora de forma" não, eu estive fora, isso sim, recebendo a benção de participar  de uma viagem. Uma viagem de sonho. Mas que foi real! E quero dividir com vocês um pouco dessa alegria.

Londres: vista do Big Ben e do Parlamento

acompanhada é melhor
  Tentarei fazer isso saboreando sem pressa os encantos de cada cidade porque nem me canso eu e nem vocês. Assim, uma vez por semana estarei aqui falando um pouco de cada uma das nove cidades visitadas. É claro que em nenhum momento tenho a pretensão de dar informações sobre a importância comercial ou política ou historica de cada uma delas, ou de falar do que representam no cenário mundial. São somente “pinceladas” de turista, é somente a minha apreciação, meus pensamentos, minhas reflexões sobre essa magnífica viagem e o meu ponto de vista de como vi esses lugares.

Uma viagem é sempre um enriquecimento cultural e espiritual, seja pelos conhecimentos que adquirimos, pelos amigos que fazemos, pela vida que se pode viver por uns dias fora dos muros domésticos, como pelas lindas paisagens e lugares que vemos. Esta viagem, então, foi maravilhosa por ter sido realizada num lindo e confortável navio, por nos ter transportado a paragens distantes e por nos dar a oportunidade de ver lugares e coisas que só conhecíamos através de livros e imagens de televisão.

A companhia não podia ter sido melhor, pois estávamos em família; éramos quatro irmãos com seus respectivos companheiros e mais um casal de amigos de longa data, isto no meio de um grupo de quase 70 pessoas que mesmo não sendo ainda conhecidas, eram da mesma cidade e o conhecimento e companheirismo se tornaram fáceis.

A empresa organizadora da viagem, amplamente conhecida pela competência e responsabilidade, presente na pessoa de seu diretor e assistente, com quem já mantínhamos laços de amizade e confiança quando da realização de outras viagens, completou o ambiente propício para que tudo se desenrolasse da melhor forma possível.

E assim após uma breve passagem por Lisboa, rumamos para LONDRES, a linda e cosmopolita cidade tão cheia de ícones mostrados e imaginados, finalmente agora pessoalmente conhecidos: o Big Ben, o Parlamento, o Palácio Real, a London Tower, o London Eye, o enorme movimento das ruas, o transito caótico, o passeio de barco pelo Tamisa, os ônibus vermelhos de dois andares, as velhas cabines telefônicas num ponto ou noutro ainda conservadas, enfim, uma cidade que precisaríamos de muito mais tempo para conhecer e apreciar, mas que fica na nossa recordação, colocada lá num cantinho da mente, mas bem em evidência como possibilidade de (quem sabe)? voltar ainda uma vez para melhor conhecê-la, para travar mais conhecimento com essa cidade tão cheia de tradições, de passado, de história .

Transportados ao Porto de Dover, lá encontramos o lindo navio que nos levaria a outras cidades através do Mar Báltico . O Norwegian Sun é realmente um exemplo de modernidade, de conforto, de luxo. A sensação de estar navegando, nos faz pensar nos antigos navegadores que enfrentavam o mar em condições adversas, sem conforto e sem segurança, muitas vezes disputando batalhas, enfrentando frio e doenças, e confrontar com aquela “mordomia” que estávamos vivenciando parecia injusto.

Chegamos a COPENHAGEN, a linda e elegante ilha capital da Dinamarca, rica em historia e tradição, cidade organizada, limpa, bonita (pena que estava chovendo, o que apagou um pouco o brilho da visita),cheia de gente bonita, de pessoas altas, louras, bem proporcionadas, de prédios e monumentos que falam de um passado distante e de uma gente dinâmica e corajosa que sabe manter os encantos de sua cidade através dos séculos.O transito é organizado e respeitado. Eu pessoalmente não fui ao Tívoli, já o tinha visitado em outra viagem, mas na verdade, não teria retornado, é um Parque, bonito, organizado, mas um Parque. Vimos os quatro Palácios da realeza, localizados em uma praça, um em cada ângulo, sem grande luxo exterior. Esculturas que contam a historia da cidade através de suas lendas, e das estatuas de seus heróis. A “Pequena Sereia,(Hans Christian Andersen) um dos símbolos da cidade,que eu já vira em outra ocasião, não estava na cidade, pois havia sido levada para a exposição mundial em realização na China . Em seu lugar somente uma réplica.


monumento às vitimas do Holocausto


marco da localização do muro

Navegamos em seguida até o Porto de Warnemünde onde encontramos o ônibus que nos transportaria a BERLIM. A grande e linda cidade oasis verde-azul,cheia de parques, zonas verdes,avenidas arborizadas, cortada pelos rios Havel e Spree formando uma paisagem de encher os olhos. Visitando hoje esta metrópole tão dinâmica, torna-se difícil pensar que foi praticamente destruída durante a segunda guerra mundial, que já passou por tanto sofrimento , quando toda a ordem foi subvertida, que se realizaram perseguições, mortes, isso para lembrar somente o passado mais recente, e hoje ver essa fervilhante capital cheia de turistas, de gente feliz que passeia pelas suas ruas, que fica nos parques aproveitando os últimos raios de sol do outono, precisa-se voltar à historia para entender o significado das marcas do Muro de Berlim, do Monumento ao Holocausto, da Igreja que foi reconstruída mas que por opção do arquiteto manteve a torre bombardeada, a que os berlinenses chamam jocosamente de “molar cariado”. Tudo em Berlim fala da sua historia, os monumentos, os palácios, os nomes nas fachadas nos remetem a reis e nobres que fizeram parte da historia da Alemanha e dessa cidade. Posar para uma foto sob a Porta de Brandemburgo foi algo inesquecível. Tenho de deixar registrado que o que mais me impressionou foi o Monumento ao Holocausto: não pude deixar de elevar a Deus uma prece e dedicar um profundo pensamento de dor e solidariedade aos milhões de judeus sacrificados na Segunda guerra e ali representados.
Uma coisa porem é muito clara: a “ordem e progresso” dessa linda cidade, desse país reconstruido e de cabeça erguida vêm de políticas sérias, de um povo politicamente consciente que sabe reivindicar os seus direitos, que faz escolhas adequadas dos seus representantes, não faz pacto com o erro, que participa das decisões e do desenvolvimento com coragem , vontade e amor pela sua pátria. A volta, no onibus que nos levava ao navio foi realmente um momento de reflexão.

 Na próxima semana retorno com outras cidades.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Sonhos: prerrogativa dos jovens?

Um dos meus filhos que mora fora do Brasil, mais precisamente na Italia, se encontra agora entre nós aqui em Fortaleza para gozar de alguns dias de férias com a família. Por falta de espaço na nossa casa eles estão hospedados com os pais da minha nora, mas bem perto de nós, oportunizando encontros freqüentes .
Festa do aniversário da Elena
Das três filhas, as duas maiores, 16 e 7 anos (a mais nova , a Gaia,tem 2 anos) ficam num troca-troca entre as casas dos avós e da tia por isso tenho tido oportunidade de observar bem de perto o comportamento principalmente da Giulia, a netinha de sete anos que tem curtido demais a presença da outra priminha que mora aqui, a Letizia. E como são muito apegadas a nós, fazem da casa do Nonnino e Ceceia o seu ponto de encontro, pois aqui estão longe dos pais, em território que elas consideram seu e se divertem e nos divertem “ um mundo”.
Esta introdução é para explicar as reflexões que me passam pela mente enquanto as vejo conversar, rir, brincar, correr, brigar, observo o quanto carregam de nós os nossos filhos e netos, de gestos, gostos, expressões, atitudes e penso que um dia quando formos chamados por Deus, estaremos perpetuados neles. Um pouco de nós ficou. Algumas coisas são herdadas mesmo e independem da nossa vontade, outras, porém, são “copiadas” pelas crianças e levadas para a vida adulta. E aí penso na enorme responsabilidade de termos sempre um comportamento digno e adequado para apresentar a esses pequenos seres.
Elena, Giulia e vovó no dia do aniversário
Nestes dias preparando uma festinha de aniversário para a Elena , que está completando 16 anos e adooora uma festa , nós avós, resolvemos presenteá-la com uma festinha , convidando todos os tios e os primos jovens, uma vez o seu aniversário coincide ser agora enquanto está de férias aqui, e na Italia ela não teria muita chance de viver um momento assim. E, junto a mim, ajudando a resolver as coisas: lista de convidados, aluguel de mesas e cadeiras, escolha de comidas para servir durante o encontro, vestido para usar na festa, enfim todos os detalhes, fico encantada de perceber a expectativa e os sonhos que passam pela sua cabecinha. E literalmente me vejo nela.
O tempo, a idade, o fato de já ter uma neta de 16 anos, (orgulho meu e do nonnino, diga-se de passagem), não conseguiram apagar de mim a mania de sonhar de olhos abertos, de imaginar como vai ser, se vão gostar, enfim, de viver por antecipação cada momento seja de uma festa, de uma viagem, de um encontro, etc. Dependendo da situação, já fui até cantora, artista, uma bela bailarina, já fui bela, alta, já fui até santa! Enfim ,meus sonhos vão se formando junto com minha imaginação.
Letizia e Giulia
Na verdade nunca deixo de sonhar a cada nova oportunidade que Deus me oferece e peço a Ele que conserve os sonhos da Elena, naturalmente guiando-a, corrigindo-a, orientando-a para que ao “acordar” saiba seguir seu caminho de jovem, de adulta, de profissional de esposa e mãe com pés firmes, com determinação, sempre segurando na sua mão, para que quando tiver os seus netinhos ela recorde essa nonna sonhadora mas muito ajuizada (será?) e muito, muito feliz!
Giulia e Gaia

domingo, 1 de agosto de 2010

FILHOS SÃO COMO NAVIOS ( Içami Tiba )


Oi, amigos já faz um mês que não publico nada. Estou com saudades. Aconteceu que seja eu como o computador estivemos “fora de forma” por uns dias. Mas aqui estou de volta. Durante o tempo em que estive “ausente” do blog muitas coisas me passaram pela mente, e em determinados dias me senti um pouco sozinha e senti muitas saudades do tempo em que tinha os filhos todos em casa, das obrigações, do barulho, das responsabilidades, de ter alguém para cuidar. Chegou-me às mãos este texto que veio ao encontro das minhas saudades, das minhas lembranças. Transcrevo para vocês, pois muitos são pais que ainda têm os filhos em casa, jovens ou adolescentes, mas ainda em casa. Outros começam a sentir que os filhos estão partindo para construir suas vidas, e outros ainda,os que têm filhos pequenos, parecem tão seus, mas sabem que essa situação não é permanente. A estes eu digo: aproveitem para curtir enquanto o tempo não leva consigo este momento. Chega rápido sem que percebamos.E depois bate uma saudade!...


"Ao olhar um navio no porto imaginamos que ele esteja em seu lugar mais seguro, protegido por uma forte ancora.

Mal sabemos que ele ali está em preparação, abastecimento e provisão para se lançar ao mar, ao destino para o qual foi criado, indo ao encontro das próprias aventuras e riscos.

Dependendo do que a força da natureza lhe reserva, poderá ter que desviar da rota, traçar outros caminhos ou procurar outros portos.

Certamente retornará fortalecido pelo aprendizado adquirido, mais enriquecido pelas diferentes culturas percorridas. E haverá muita gente no porto, feliz à sua espera.

Assim são os filhos. Eles têm nos pais o seu porto seguro até que estejam independentes.

Por mais segurança, sentimentos de preservação e manutenção que possam sentir junto aos seus pais, eles nasceram para singrar os mares da vida, correr seus próprios riscos e viver suas próprias aventuras.

Certo que levarão consigo os exemplos dos pais, o que deles aprenderam e os conhecimentos da escola, mas a principal provisão está no interior de cada um: a capacidade de ser feliz.

Sabemos, no entanto, que não existe felicidade pronta, algo que se guarda num esconderijo para ser doada, transmitida a alguém. O lugar mais seguro em que o navio pode estar é o porto. Mas ele não foi feito para permanecer ali.

Os pais também pensam que são o porto seguro dos filhos, mas não devem se esquecer do dever de prepará-los para navegar mar a dentro e encontrar o seu próprio lugar onde se sintam seguros, certos de que deverão ser, em outro tempo, este porto para outros seres.

Ninguém pode traçar o destino dos filhos mas deve estar consciente de que na bagagem deve levar valores herdados como: humildade, humanidade, honestidade, disciplina, gratidão, generosidade.

Filhos nascem dos pais mas devem se tornar cidadãos do mundo. Os pais podem querer o sorriso dos filhos mas não podem sorrir por eles. Podem desejar e contribuir para a felicidade dos filhos mas não podem ser felizes por eles .

A felicidade consiste em ter um ideal a buscar e ter a certeza de estar dando passos firmes no caminho da busca.

Os pais não devem seguir os passos dos filhos nem devem estes descansar no que os pais conquistaram. Devem os filhos seguir de onde os pais chegaram, do seu porto e, como os navios, partirem para as próprias conquistas e aventuras. Mas para isso precisam ser preparados e amados, na certeza de que “quem ama educa”.

Mas como é difícil soltar as amarras"!!!

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Meu novo velho amor

O amor é um sentimento que sempre me encantou. E sei que não sou sozinha. Quase toda a humanidade se encanta e em seu nome faz coisas belas ou feias. Descrito em prosa e verso, cantado por poetas e trovadores, representado por pintores e escultores, o amor é a mola que move o mundo. Em todas as suas formas: o amor dos esposos, amantes, pais, filhos, familiares, amigos, o amor pelo pobre, pelo desamparado, pelo doente,pelo irmão, enfim, por todos os que fazem parte da nossa vida.

Mas aqui quero me referir, principalmente ao amor homem-mulher. E ao amor verdade, nobreza, companheirismo, acolhimento, perdão. A sensação de sentir-se amado enche-nos de vigor, de coragem de seguir adiante, faz-nos reviver uma juventude que talvez nem tenhamos mais, é uma sensação transformadora.

Atualmente me vejo envolvida num episódio que me fez escrever este texto. Submeti-me a uma aplicação a laser nos braços e mãos para tentar a remoção de pequenas manchas brancas que não saem com loções ou qualquer outro tipo de medicamento.O procedimento saiu um pouco do controle e tive uma feia queimadura na mão que tem me mantido “presa” em casa, sem poder sair por causa do sol, sem poder cozinhar, tendo que manter todas as cortinas fechadas, e, de certa forma, penalizando meu companheiro que tem sido um exemplo de amor, de solidariedade, de paciência, de companheirismo, tomando a si as tarefas que normalmente são minhas, ele que, mesmo sem ter opinado antes, me parecia contrario ao procedimento.

E nos meus dia de “prisão” forçada tenho meditado muito sobre a benção de se ter um amor de longos anos, plantado na terra de Deus e amadurecido sob o sol da paciência, da fidelidade, da renuncia, que “ dá frutos no tempo certo,” como já reza o Salmo l que, sendo um poema, me remete também à linda canção de Chico Buarque , “Todo o Sentimento”, da qual sou fã,e que diz: “pretendo descobrir no ultimo momento um tempo que refaz o que desfez e recolhe todo o sentimento e lança no corpo uma outra vez.” E mais adiante: “depois de te perder, te encontro, com certeza, talvez num tempo da delicadeza”. Pois é exatamente nesse tempo que me sinto agora: no tempo da delicadeza, da ternura,do sentimento reconstruido, do amor maduro, e para continuar com o poema: “onde não diremos nada; nada aconteceu. Apenas seguirei, como encantada, ao lado teu”.

Sim, enquanto Deus quiser, ele que é o Amor Maior, princípio e raiz de todo o bem, o próprio AMOR.

sábado, 26 de junho de 2010

Familia

                


Tenho pena das pessoas que não acreditam na família, das pessoas para as quais a família é motivo de desgosto, de tristeza, de revolta.

A casa da família é para ser o lugar do encontro, do amor, da celebração da vida.

Sou profundamente agradecida a Deus pela família onde me fez nascer: uma família pobre mas onde não faltavam fé, amor, compreensão, fidelidade, justiça, respeito, acolhimento, tolerância com o outro, mesmo com a presença de 12 filhos onde as dificuldades eram grandes, para alimentar, para vestir e educar a todos, tempo de “se tirar leite de pedras”. Recordo emocionada as palavras do sacerdote na celebração da missa de corpo presente de minha mãe: “vocês ao invés de tristeza deveriam sentir alegria, porque sua mãe agora receberá o premio que merece. Ela que foi uma mulher cuja vida se resumia em duas palavras: fé e família”. Meu pai que a precedera de alguns anos não lhe ficava atrás.

Tenho tentado ao longo dos anos trazer para a minha propria familia todos os exemplos ali aprendidos.
 Amar-se, perdoar-se, não guardar rancor, nunca deixar “que o sol se ponha sobra a sua raiva”, já ensina a Biblia. Compreender que as pessoas (mesmo os seus filhos e o seu esposo (a) são humanos e cometem faltas, às vezes são injustos, há divergências, porque conviver não é fácil, mas sempre no final do dia “zerar” as contas para recomeçar no dia seguinte com forças renovadas pela benção de Deus.

Minha felicidade se chama família. Mesmo com os filhos já distantes para formar suas próprias famílias, eles continuam morando conosco, no carinho demonstrado mesmo de longe, no respeito, na confiança em pedir opiniões sobre as decisões a tomar, eles estão aqui perto de nós. A bondade de Deus me permite ter perto de mim o companheiro de sempre cuja presença me conforta , me dá apoio e segurança.

Rogo a Deus para que os nossos filhos não se deixem corromper pelas vozes do mundo e levem também para as suas casas o que aqui viram e aprenderam, sendo eles próprios multiplicadores de amor, de fidelidade e de paz. Rogo também pelas famílias onde não há esses sentimentos e peço que coloque a sua luz nos corações , rompa o orgulho e o egoísmo e, ensine, como só Ele sabe fazer, que aqui, na família, começa o mundo novo.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

TELHA DE VIDRO

Muitas vezes passamos por periodos "escuros" na nossa vida. São tristezas, mágoas, desejos que não  podemos realizar, rancor de alguém que nos feriu, enfim, tantas coisas que fazem com que nossa vida perca o brilho, a claridade. E isso nos deixa caídos.
Grande parte das vezes depende de nós fazer com que nos volte a alegria perdida.
Não dar aos acontecimentos um valor que muitas vezes eles, de fato,  nem têm, perdoar um mal recebido, uma grosseria, uma palavra maldosa, aprofundar um pouco nossa vida espiritual que às vezes  é tão superficial, retribuir um mal com um bem, ajudar a uma pessoa que precisa de nós, ser tolerantes, pacientes,são atitudes que podem fazer-nos encontrar dentro de nós mesmos aquele brilho que foi perdido e isso faz toda a diferença. Tentemos buscar a felicidade, pois o ser humano foi criado para ser feliz. Ele proprio é que, através do orgulho, da soberba, perde esse dom precioso.
Que Deus nos assista  e nos dê forças nessa busca incessante de felicidade que todos empreendemos, sem percebermos que é Ele próprio a felicidade, e que está sempre ao nosso alcance. Busquemos e encontremos luz para anossa vida, assim poderemos ser "sal da terra e luz do mundo".
Foi muito feliz a nossa escritora e poetisa Rachel de Queiroz com o seu belíssimo " Telha de Vidro":

Quando a moça da cidade chegou

veio morar na fazenda,

na casa velha...

Tão velha!

Quem fez aquela casa foi o bisavô...

Deram-lhe para dormir a camarinha,

uma alcova sem luzes, tão escura!

mergulhada na tristura

de sua treva e de sua única portinha...

A moça não disse nada,

mas mandou buscar na cidade

uma telha de vidro...

Queria que ficasse iluminada

sua camarinha sem claridade...

Agora,

o quarto onde ela mora

é o quarto mais alegre da fazenda,

tão claro que, ao meio dia, aparece uma

renda de arabesco de sol nos ladrilhos

vermelhos,

que — coitados — tão velhos

só hoje é que conhecem a luz do dia...

A lua branca e fria

também se mete às vezes pelo clarão

da telha milagrosa...

Ou alguma estrelinha audaciosa

careteia

no espelho onde a moça se penteia.

Que linda camarinha! Era tão feia!

— Você me disse um dia

que sua vida era toda escuridão

cinzenta,

fria,

sem um luar, sem um clarão...

Por que você não experimenta?

A moça foi tão bem sucedida...

Ponha uma telha de vidro em sua vida!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

"AMIGO É COISA PRA SE GUARDAR ... PERTO DO CORAÇÃO"


Adoro os meus amigos. Os de ontem e os de hoje. Aqueles que me “levantam” quando estou desanimada e triste e aqueles que me fazem vez por outra dar uma boa risada. Os que têm uma palavra amiga, de animo, de alegria e os que ficam caladinhos e dizem com os olhos: ei, estou aqui. Os jovens, cheios de sonhos, de vigor e os mais “experientes” que já viveram uma generosa metade da vida e sabem que não é fácil segurar a peteca . O meu querido amigão, companheiro de todas as horas, que me conhece profundamente ,que está ao meu lado por longos anos, que sabe como sou e mesmo assim me ama. Meus filhos (as) amados que, a uma distancia geográfica enorme, estão sempre presentes na minha vida com sua voz, suas perguntas, sua imagem na tela do computador, suas notícias. Minha filha querida que é meu apoio, minha companheira, com quem me sinto muuuitas vezes mais jovem. Meus netinhos amados, que me fazem vibrar por me sentir duas vezes mãe. Meus irmãos, minhas cunhadas, sobrinhos, meus amigos/irmãos do Grupo de Oração com quem divido momentos de louvor a Deus e a ELE próprio, Deus mesmo que me fala a cada dia com palavras de conforto, de amor, de ternura, através da sua Palavra viva, reacendendo a minha fé, me mostrando o caminho a seguir, ditando as palavras que devo pronunciar, enfim, me conduzindo pelos seus caminhos.
Machado de Assis escreveu sobre os AMIGOS e eu homenageio a vocês todos através dele.
BONS AMIGOS

Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!
Machado de Assis

domingo, 30 de maio de 2010

VIDA A DOIS

Ontem fui a uma festinha, um “chá de panelas”, a festa que precede de alguns dias um casamento, a união de dois jovens para a vida. No meio de tantas pessoas, amigos e familiares de tanta musica, risos, brincadeira, eu me surpreendi meditando (pensando na longa estrada de quase 46 anos que eu já percorri com o meu querido companheiro), quanta estrada aqueles jovens ainda têm a percorrer: as dificuldades que ainda terão de enfrentar antes que venha o entendimento, dificuldades de ordem financeira, adaptação de caráter, quantas noites sem dormir quando vierem os filhos, o trabalho que nem sempre corresponde ao que se sonha, as renuncias que terão de fazer para os “ajustes” necessários na vida a dois, o tédio dos dias sempre iguais, etc.
Mas também, quanta coisa linda nessa fusão não só de corpos mas de almas: quantas maravilhosas noites de amor, quantos olhares de cumplicidade, quantos apertos de mão de apoio e compreensão, quantas palavras que valem uma vida, quanta alegria no sorriso de uma criança, vê-la aprendendo a falar, andar, se conduzir pela vida, e fazendo isso juntos, dando àquela criança um pouco de nós, e , concluí que , sim,vale a pena, que a união dos casais só pode ser abençoada por Deus, a família é o nosso porto, o nosso sossego, o amor é a finalidade da nossa vida, e não obstante tantas uniões desfeitas, tantas famílias sofrendo, vale a pena, sim, lutar pela família, pela sua continuidade, pela sua reabilitação.
Aquele companheiro (a) é único para mim. Não há beleza, riqueza, nível social que tenha mais valor do que aquela pessoa que vive ao meu lado, que me conforta, me suporta, me ama.
Lembro uma musica antiga do Luís Gonzaga que tentarei recordar os versos:
Minha velha tão querida, proteção da minha vida,
Vale muito mais que ouro, porque ela é meu gibão de couro.
Nas antigas batalhas romanas a armadura era forte proteção,
Defendia o homem batalhador contra os ataques do mais forte contendor.
No meu ranchinho a armadura é o gibão de couro, o forte gibão
Vale muito mais que ouro...
Nas modernas lutas desta vida a esposa representa o gibão
Apoiando o homem trabalhador,
Defendendo o lar, briga pelo seu amor.
No meu ranchinho o gibão é a companheira, boa e querida
Minha honesta conselheira.

Desejo que o Paulinho encontre sempre na Sherida um “gibão de couro”, amoroso, compreensivo, seguro.E vice-versa.
TUDO SOB AS BENÇÃOS DE DEUS!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

O Sinal da Cruz

O SINAL DA CRUZ                    



É comum vermos as pessoas ao passarem por uma igreja ou cemitério, ou até mesmo após sentirem um arrepio pelo corpo, fazerem o Sinal da Cruz.
O estranho é que a grande maioria o faz simplesmente por tradição ou por ter aprendido ainda criança sem ter sequer a noção do significado, sem o menor compromisso com a religião, mas, convenhamos, há naquele gesto uma atitude de respeito, de confiança.
Recebi de uma amiga o texto com a explicação do que realmente significa o Sinal da Cruz e publico aqui porque é importante que todos nós saibamos que ao fazê-lo, estamos nos dirigindo `a Santíssima Trindade. Estamos,portanto, invocando sobre nós, as bençãos de Deus.

+===========+==========+=============+=============+=========
(†)-Pelo sinal da Santa Cruz, (†) livrai-nos Deus, Nosso Senhor, (†) dos nossos inimigos, (†) em nome do Pai, do Filho

e do Espírito Santo. Amém.

Quantas pessoas fazem o Sinal da Cruz, ou como se costuma dizer, o “Pelo Sinal” antes das orações, ou pelo menos
uma vez ao dia?
A impressão que temos é que o número é bastante reduzido, especialmente entre os mais jovens.
A maioria faz, e às vezes de modo displicente, como um salamaleque, o “Em nome do Pai”, ficando apenas no gesto,
sem invocar a Santíssima Trindade.
O Sinal da Cruz é uma oração importante que deve ser rezada logo que acordamos, como a nossa primeira oração,
para que Deus, pelos méritos da Cruz de Seu Divino Filho, nos proteja durante todo o dia.
Com este Sinal, que é o sinal do cristão, nós pedimos proteção contra os nossos inimigos.
Que inimigos?
Todos aqueles que atentem contra a nossa pessoa, para nos causar tanto males físicos, quanto espirituais.
O Sinal da Cruz, feito antes de iniciarmos as nossas orações, nos predispõe a bem rezar.
† Pelo sinal da Santa Cruz: ao traçarmos a primeira cruz em nossa testa, nós estamos pedindo a Deus que proteja
a nossa mente dos maus pensamentos, das ideologias malsãs e das heresias, que tanto nos tentam nos dias de
hoje e mantendo a nossa inteligência alerta contra todos os embustes e ciladas do demônio;
† Livrai-nos Deus, Nosso Senhor: com esta segunda cruz sobre os lábios, estamos pedindo para que de nossa
boca só saiam palavras de louvor: louvor a Deus, louvor aos Seus Santos e aos Seus Anjos; de agradecimento
a Deus, pois tudo o que somos e temos são frutos da Sua misericórdia e do Seu amor e não dos nossos méritos;
que as nossas palavras jamais sejam ditas para ofender o nosso irmão.
† Dos nossos inimigos – esta terceira cruz tem como objetivo proteger o nosso coração contra os maus
sentimentos: contra o ódio, a vaidade, a inveja, a luxúria e outros vícios; fazer dele uma fonte inesgotável
de amor a Deus, a nós mesmos e ao nosso próximo; um coração doce, como o de Maria e manso e humilde
como o de Jesus.

Padre Marcelo Rossi

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Que desça sobre vós o Espírito Santo



24 de Maio
Há alguns dias não entro em contato, e já estou com saudades. Inicio rogando sobre todos vocês, as luzes do Espírito Santo, cuja festa a Igreja Católica comemorou ontem, o Pentecostes.

Queria escrever algo mais serio sobre os dons mas gostei tanto desse texto da Wikipedia que decidi mandá-lo para que vocês tomem conhecimento. Descrito de forma simples e despretensiosa, por pessoa simples mas de fé segura, merece toda a nossa atenção.

Um beijo para todos.



“Para isso vale a pena, recorrer ao depoimento de um lavrador já octogenário da ilha Terceira, Açores, chamado Gregório Machado Barcelos, recolhido em 1996 por José Orlando Bretão. Nele encontra-se, vertida no sabor do vernáculo popular e da tradição oral[1], toda a súmula doutrinária e de bom comportamento social que tem por centro e por representação o Espírito Santo. Aquele idoso, quando lhe foi perguntado o que sabia acerca dos dons do Espírito Santo, utilizando a linguagem e os conceitos típicos do culto ao Divino nos Açores, respondeu[2”]:


É bom que o senhor me pergunte, porque acho que na cidade falam, falam e acertam pouco. Sem ofensa, até acho que não sabem nada, de nada. Mas eu digo como é que meu pai dizia e o pai dele lembrava muitas vezes como era. Eu digo que os dons do Espírito Santo são sete e são sete porque é assim mesmo, é um número que vem dos antigos, como as sete partidas do Mundo ou os sete dias da semana e não vale a pena estar a aprofundar muito porque não se chega a lado nenhum e só complica. E o primeiro dom do Espírito Santo é a Sabedoria – é o dom da inteligência e da luz. Quem recebe este dom fica homem de sabença. Os apóstolos estavam muito atoleimados e cheios de cagança e veio o Divino que botou o lume nas cabeças deles e eles ficaram mais espertinhos. Depois vem o dom do Entendimento. Este está muito ligado ao outro, mas aqui, quer dizer mais a amizade, o entendimento, a paz entre os homens. Este é assim: o Senhor Espírito Santo não é de guerras e quem tiver pitafe dum vizinho deve de fazer logo as pazes que é para ser atendido. E o terceiro dom do Espírito Santo é o do Conselho – o Espírito Santo é que nos ilumina a indica o caminho. É a luz, o sopro ou seja, o espírito. É por isso que tem a forma de uma Pomba, porque tudo cria e é amor e carinho. O quarto dom é o da Fortaleza, que vem amparar a nossa natural fraqueza – com este dom a gente damos testemunho público, não temos medo. Quem tem o Senhor Espírito Santo consigo tem tudo e pode estar descansado. Depois vem o dom da Ciência, do trabalho e do estudo. O saber porque é que as coisas são assim e não assado. É não ser toleirão nem atorresmado como muitos que há para aí. O senhor sabe! O dom da Piedade e da humildade é o sexto dom. Quer dizer que o Senhor Espírito Santo não faz cerimónia nem tem caganças. Assim os irmãos devem ser simples e rectos. E depois, por derradeiro, vem o sétimo dom que é o Temor mas não é o temor de medo. É o temor de respeito – para cá e para lá. A gente respeita o Espírito Santo porque o Senhor Espírito Santo respeita a gente. Temor não é andar de joelhos esfolados ou pés descalços a fazer penitências tolas: é fazer mas é bodos discretos com respeito mas alegria que o Espírito Santo não tem toleimas nem maldades escondidas. É isto que são os sete dons do Espírito Santo e o senhor se perguntar por aí ninguém vai ao contrário, fique sabendo. “

terça-feira, 18 de maio de 2010

" Lá vem ela"!

Quando ela chegava lá em casa (a casa dos meus pais), minha mãe já ficava aflita, pois ela tinha o "dom" de deixar as pessoas perturbadas com o seu jeito de pedir. Carente de tudo, ela pedia roupas, calçados, remedios, alimentos, dinheiro, tudo de uma só vez . Recebia uma coisa e já arranjava outra para pedir.
Meus pais eram profundamente sensíveis às necessidades dos outros e do pouco que tinham davam sempre um jeito de repartir com quem precisava, mas tambem eram idosos, cansados e das dezenas de pessoas a quem eles ajudavam ela era realmente a mais "pesada".
Com o passar do tempo nos acostumamos e quando um de nós, os que já tinham sua propria casa, vinha para uma visitinha aos pais,e tocava de sorte encontrá-la ali, aí era a "festa", pois ela se voltava para o visitante e recomeçava a sua cantilena.
Uma vez na hora que ela ia chegando um dos meus irmãos estava saindo para o trabalho e ela começou: me dá um dinheirinho, me dá um vestido, me dá, me dá, me dá... e ele apressado, dizendo que não tinha nada pra ela e como estivesse com os olhos irritados tirou do bolso um vidro de colírio para usar e enquano usava ela chegou e disse: "me dá"... ele nem a deixou terminar e disse: menina, isso é colírio!! Ela não se descompôs. Puxou a pálpebra inferior, arregalou o olho e disse: "pinga uma gotinha aqui"!
Eu algumas vezes lembrava dela e quando ia à casa dos meus pais levava roupas, calçados, enfim, alguma coisa já usada mas em bom estado de conservação e que servisse para ela. Certa vez dei uma sacola cheia de roupas e ela ao invés de se alegrar com o que estava recebendo falou: "me dá um sapato"! Eu já era acostumada e respondi: ok, eu dou. "E uma bolsa, tu me dás"? E eu: dou, sim, e lá vem ela com esta jóia: "mas com um dinheirinho dentro"!
Assim era ela. O tempo passou, meus pais se foram, nossa casa hoje é habitada por pessoas estranhas,foi uma fase que passou. Vez por outra a vejo em qualquer lugar do centro da cidade e peço a Deus que ela encontre sempre pessoas que mesmo reconhecendo o seu jeitão insistente de pedir, saibam compreendê-la e ajudá-la na sua indigência.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

No mundo tereis tribulações, mas coragem, eu venci o mundo! (João 16, 33

Que palavras posso eu dizer diante de tanta verdade, de tanta grandeza para nos mostrar quem é o nosso Deus? Minhas palavras são muito pobres, posso falar de coisas do mundo? Claro que posso , mas nada é mais consolador, nada para nos encher mais o coração do que ter a certeza de que Deus é por nós e pedir a ele a força para sermos fiéis a tanta bondade, a tanto amor e o que podemos é dizer como os discípulos de Emaús: "Fica conosco, Senhor, pois já é noite e o dia declina"



São Paolino di Nola (355-431), bispo Carta 38, 3-4 : PL 61, 359-360.

" No mundo tereis tribulações, mas coragem eu venci o mundo"

Desde o princípio do mundo, o Cristo sofre em todos os seus. Ele é o "principio e o fim" (Ap 1, 8)escondido na Lei, revelado no Evangelho Ele é o Senhor sempre admirável, que sofre e triunfa "nos seus santos" (Sl 67, 36).
Em Abel, foi assassinado pelo irmão;
em Noé, foi ridicularizado pelo filho;
em Abraão conheceu o exílio;
em Isaac foi oferecido em sacrifício;
em Jacó foi reduzido a servo;
em José foi vendido;
em Moisés, foi abandonado e rejeitado;
nos profetas foi apedrejado e ferido;
nos apóstolos foi perseguido por terra e por mar;
em tantos mártires foi torturado e assassinado.
É Ele, que ainda agora suporta as nossas fraquezas e as nossas doenças, sendo homem, ele mesmo, exposto por nós a todo tipo de mal e capaz de assumir a fragilidade que somos absolutamente incapazes de assumir sem ele.
É Ele, sim, que suporta em nós e por nós, o peso do mundo, para nos aliviar dele. Eis como "a força se manifesta plenamente na fraqueza" (2 Cor 12, 9 ). É ele que em ti suporta o desprezo . É ele que suporta em nós e por nós o peso do mundo, é ele que em ti é odiado por este mundo.
Demos graças, ao Senhor, que mesmo sendo julgado, obtém a vitoria (Rom 3,4 ).Segundo esta palavra da Escritura é ele que triunfa em nós quando, assumindo a condição de servo, conquista para nós, seus servos, a graça da liberdade.

domingo, 16 de maio de 2010

Crianças!!!

Final de junho de 2009. Na Europa já é verão e, na Italia por alguns dias, faz um calorão que não fica a dever ao nosso calor nordestino. Piscina inflável devidamente cheia e colocada no terraço e a criançada a se divertir: Giulia, Gianluca, Sofia,Martina, a brincar e saltar e escorregar e brigar, sempre sob o olhar vigilante de um adulto para que a coisa não termine em confusão. Muito difícil!!!
Mas , "o adulto da vez", a mãe, com muitos afazeres em casa, suspende o banho e diz que agora devem procurar-se outra brincadeira porque ela por enquanto não pode ficar.
Choros, súplicas, e enfim, salta a maiorzinha, a Giulia,sobrinha, então com 6 anos e diz: "tia, pode ir tranquila que eu fico vigiando, nada vai acontecer".
Mas essa decisão fere os brios do Gianluca que, com 5 anos e sendo o dono da casa, diz que isso não é possível, que ele é que deve ficar vigiando, porque além de ser "homem" , ele é de casa. Mas a Giulia, impassível e cheia de autoridade diz: "Gianluca, nada feito. Você tem 5 anos e eu tenho 6. Portanto, eu sou a mais velha, e serei eu a vigiar para que tudo corra bem e você tem de se conformar, porque O TEMPO É AQUELE QUE É"!
Coisas de crianças! Coisas dos meus netos!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Uma doação insignificante

Recebi este texto na minha caixa postal e como sempre medito nas desigualdades do mundo, ele me tocou bastante. Tenho uma amiga, uma pedinte,que conheci na rua e que sempre ia à minha casa pedir comida, roupa, umas moedinhas, enfim,uma pessoa necessitada de tudo. Uma vez dei um resto de perfume que tinha em casa e quando ela se foi, a minha doméstica criticou, porque do alto do apartamento a viu, no ponto de onibus, se perfumando, achando que aquela mulher era vaidosa, que não merecia receber nada. Fiquei muito triste com isso, porque ela sendo quase tão carente quanto a outra não teve a sensibilidade de entender que todos gostamos do que é bom, seja comida, roupa, casa, qualquer coisa que seja; não usam porque não podem, não têm oportunidades. Quando você puder a judar uma pessoa a ter um mínimo que seja de uma coisa extra, não hesite, dê, proporcione a essa pessoa um pouco de satisfação. Isso tambem é caridade.
Não sou fã da doutrina espírita, mas não posso negar que esse texto está impregnado de uma profunda caridade cristã.

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Ela passa pelo conjunto residencial três vezes na semana. Quase todos a conhecem.

Faça frio ou faça sol, ela anda pelas ruas empurrando seu pesado carrinho, recolhendo papéis, latas, vidros. Tudo que possa ser vendido para reciclagem.

Nunca está zangada. Quando perguntamos se ela consegue sustentar a família, daquela forma, diz: Sim, graças a Deus.
Quando lhe indagamos a respeito dos filhos, ela nos informa que sua filha está casada, tem um bebê. Que eles têm dificuldades para suprir todas as necessidades da criança e, por isso, ela auxilia o casal.

Também diz que tem um menino de oito anos, que está na escola.

Já nos habituamos a guardar tudo separado, para lhe facilitar a tarefa: metal, vidro, papel.

Ela chega e vai recolhendo tudo e agradece. Agradece por lhe darmos nosso lixo.

Dia desses, resolvemos lhe oferecer algo mais. E lhe entregamos uma bandeja com quatro copos de iogurte. Nossas crianças já estão enjoadas de seu consumo.

Mudamos de marca, compramos com polpa, depois com pedacinhos de fruta, para variar.

O rosto da mulher se ilumina. Meu filho vai adorar isto, diz ela.

Dias depois nos conta da alegria do seu menino ao tomar um a cada dia. Como se fosse uma sobremesa, uma recompensa. Algo especial.

E nossos filhos cansados de se servirem sempre das mesmas coisas, desejando algo diferente. Porque vivem fartos.

Mais uns dias e, porque fosse feriado, o garoto acompanhou a mãe nas suas andanças.

Ao nos ver, no portão, foi apontando: "Foi aquela dona que deu prá gente o iogurte, mãe?"

E, ao sinal afirmativo, correu em nossa direção, agradecendo e dizendo como ficara feliz. Quatro dias de felicidade.

Tomei devagarinho, disse ele. Para sentir bem o gosto e não esquecer por muito tempo. Agradeço demais.

Um gesto tão simples. Algo tão pequeno. E fez tanta diferença. Quatro dias de felicidade para um menino que não passa fome, mas tem vontade de comer algo diferente.

Como nossos filhos que se levantam, saciados, da mesa e perguntam:

O que tem mais para comer?

Ou, em meio à tarde: Estou com fome. O que tem para comer nesta casa?

Mas eles não desejam pão com manteiga. Querem algo especial ao paladar.

Será que, olhando essas crianças que vivem em casebres quase a desabar, ou que acompanham os pais nas longas jornadas, catando lixo pelas ruas, pensamos que elas têm desejos especiais?

Vontade de comer chocolate, de tomar um sorvete, um hambúrguer, fritas, iogurte.

Afinal, o que apreciam os nossos filhos? Eles também.

É hora de pararmos de dar somente pão, sopa, para saciar a fome.

É hora de dar algo mais. Um capricho, mas que ilumina os olhos da infância.

Os filhos da pobreza têm sonhos, como os nossos filhos. Têm vontades, exatamente como os nossos.

Pensemos nisso e nos tornemos mais sensíveis. Podemos começar tendo em nosso carro, ou na bolsa, um chocolate, uma guloseima extra para oferecer a um deles, que encontremos pelas calçadas, pelas ruas.

E quando nos dispusermos atender as necessidades dos carentes sociais, quando pensarmos em cestas básicas, pensemos nas crianças.

E coloquemos algo mais: uma barra de chocolate, do especial de que gostamos ou nossos filhos apreciam.

Um suco que acabou de ser lançado, bolachas recheadas, de boa marca, enfim, tudo aquilo de que gostamos. Tudo aquilo que costumamos comprar para os nossos filhos.

Porque afinal a diferença entre aquelas crianças e as nossas é somente que não estão em nosso lar.

Pensemos nisso.


Redação Momento Espírita