quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Feliz Ano Novo!


(Chile- Puerto Varas) Lago Llanquihue. Ao fundo se podem ver os vulcões Osorno e Calbuco

Feliz ano Novo!
É uma frase tão banal, tão repetida que muitas vezes nem damos a ela o devido valor. Você já se deteve a pensar o que está desejando à pessoa a quem você diz Feliz Ano Novo?

Um ano que se inicia é uma caixa fechada que lhe traz bem arrumadinhos dentro, 365 dias! Aí você encontrará dias felizes, de enorme alegria, dias de preguiça, dias de tristeza, (até um pouco “deprê), dias de lutas, de vitórias e derrotas, de conquistas e perdas, de um passo adiante e dois atrás. Dias de incerteza, dias de um vazio imenso. Dias que somando-se a outros e mais outros, vão fazendo os anos passarem . Dentro desses dias está a sua vida caminhando sempre em busca de um tempo que uma vez passado, não tem volta. Muitas vezes você tem uma pressa enorme que o tempo passe. Quando você espera o término dos estudos, o trabalho, se ajustar na profissão escolhida, no amor, espera os filhos, espera uma viagem. Outras vezes você quereria que ele congelasse ou que retrocedesse. Mas o tempo é implacável e o ano avança, Janeiro, Fevereiro, Março.....e os dias, os meses passam e é Dezembro novamente, um pouco da sua juventude se foi, um pouco de ilusões, umas metas cumpridas e outras “empacadas”, em algumas pessoas uma ou outra ruga já se mostra no rosto.

Mas o tempo é também um instrumento maravilhoso nas mãos de Deus, quando você se entrega com confiança e amor, sabendo que ele é o Senhor do tempo! Vai lhe ensinando a acalmar os ímpetos da juventude, vai lhe dando uma maturidade suave, vai “amaciando" o seu caráter, enchendo seu coração de compaixão e de perdão e fazendo dissolverem-se dentro de você os ódios, os rancores, as antipatias, trazendo-lhe um conhecimento, uma noção do eterno, uma compreensão maior das coisas de Deus.

Está em suas mãos aceitar ou recusar a graça que lhe é oferecida, a graça com que um Deus feito homem quer lhe presentear para fazer de você uma pessoa melhor, mais humana, mais fraterna, mais amorosa. Ele oferece a você o seu Espírito Santo que vem lhe trazer luz, paz, discernimento, sabedoria, fortaleza, conselho. Procure “antenar” seus sentidos para conhecer e receber essa graça. Contrariamente ao que pensam alguns, a aceitação dessa graça não lhe tira a liberdade. Pelo contrário, você se torna mais livre porque partindo daí faz tudo por amor. Sua juventude mesmo que se desgaste fisicamente, espiritualmente sempre será perfeita, incorruptível. E você será uma pessoa feliz, que verá passarem os anos sem receios, sempre confiante sabendo que um Deus vela por você, sabendo que embora pareça tudo diferente do que você pensou, Ele que lhe criou por amor e que é fiel a esse amor, cuida de você, Ele que tudo sabe, tudo vê, tudo sente.

Pois é essa luz maravilhosa que eu desejo a você no decorrer desse ano. Vamos! Aceite-a! É de graça e quanta graça lhe trará!

Um grande beijo a todos.

Com os netinhos Bruno e Letizia. Agora o Osorno pode ser visto mais de perto


 (Chile) Com Bruno nas corredeiras de Petrohue
























ITÁLIA, FINALMENTE!



 Havíamos combinado que de Bruxellas a Milão iríamos de trem. Com o avião seria muitas vezes mais confortável e em pouco mais de uma hora chegaríamos. Com o trem teríamos doze horas de viagem, seria cansativo. Em termos de preço não haveria grande diferença. Mas como a viagem era durante o dia, teríamos a visão dos Alpes Suíços, a essa altura do ano, (final de setembro), já com bastante neve e com um visual de tirar o fôlego. 
um friozinho, fogo e castanhas é tudo de bom...

Saímos de Bruxellas muito cedo, ainda estava escuro, era um domingo e minha irmã e meu cunhado nos levaram à Estação Central de Bruxellas, distante alguns quilômetros de Overijse onde eles moram. Abraços, despedidas, e lá vamos nós rumo à Itália. Nunca me canso de louvar a Deus pela sua bondade, pelo seu amor, pois ainda sentindo as saudades, querendo ter a minha irmãzinha comigo sem poder e já Ele colocava à minha frente uma outra perspectiva muito atraente: a de rever os filhos e os cinco netinhos, um menino e quatro meninas, muito amados e de quem depois de alguns meses sem encontrar, já estávamos com muitas saudades.

E assim enquanto conversávamos no trem, o panorama ia se descortinando diante de nós: cidadezinhas nos vales ou no alto das montanhas, rios correndo, animais nos pastos, neve no alto das montanhas, uma paisagem de cartão postal! Valeu a pena o cansaço.

A chegada a Milão foi à noite, já pelas 7 horas e aí estava um dos filhos a nos esperar. Ele mora a cerca de 70 quilômetros distante de Milão, na província de Bergamo, e ao chegarmos em casa a pequena Sofia já havia dormido mas o rapazinho, o Gianluca, driblou o sono e estava bravamente acordado esperando o Nonnino e a Ceceia. As outras, que moram a 25 km de distancia, só veríamos no dia seguinte.
A turma reunida para um almoço em familia

A partir daí, nossa viagem tomou um rumo mais doméstico, entre as casas dos dois “meninos”, entre a alegria de estarmos juntos, o carinho das crianças e o vai e vem, pra casa de um e do outro. A região, mesmo sendo muito bonita, com montanhas, planícies, lago, já é conhecida o suficiente, para não despertar mais tanta curiosidade.
este é o jardim de um desses restaurantes familiares com vista para o lago. É lindo!

Os passeios eram pelos arredores, momentos agradáveis às margens do lindo Lago d´Iseo, ou refeições em simpáticos restaurantes que se localizam em sítios e são conduzidos pelos proprietários . Isso se explica pelo fato de o governo italiano com a finalidade de manter as pessoas no campo, ter criado um estatuto especial para esses agricultores incentivando a abertura de restaurantes desde que conduzidos pela própria família e com produtos da fazenda. Esse sistema é chamado de “agriturismo” e os restaurantes servem pratos regionais , com receitas ressuscitadas dos cadernos de receitas das “nonnas”, e têm como funcionários os pais, filhos, noras, sobrinhos e outros familiares. Isso dá a certeza de um serviço excelente e comida de primeira. Esses locais são muito procurados porque remetem as pessoas a um ambiente de tranqüilidade, que dão uma noção de passado, um momento propício para o encontro com amigos e para um descanso nos finais de semana. Os “bed and breakfast” seguem a mesma linha.
Giulia, Sofia Gaia procurando a gatinha embaixo de uma cama



Uma dica: se você for à Italia, não deixe de procurar para almoçar um restaurante onde fora tenha escrito: Pranzo di Lavoro que você vai se sentir muito bem, vai ser bem servido, refeição farta e boa e pagar pouco, entre 10 e 12 euros. São restaurantes que servem os trabalhadores da região e a gente sempre sai muito contente por ter optado entrar. Mas cuidado porque o mesmo restaurante cobra mais do dobro se for para o jantar. O preço reduzido é somente para o horário de almoço.

Dias de descanso merecidos após a viagem bonita mas cansativa que tínhamos feito, aproveitar o tempo com as crianças, rever amigos que temos feito por ocasião de tantas outras viagens. Sentir-se reconhecido e cumprimentado na rua é uma sensação de estar em casa. Rever a família do meu marido: cunhados, sobrinhos, enfim, foram 25 dias de muita alegria, e de muito movimento, não mais de uma cidade para outra, mas dessa vez de uma casa para outra. São coisas que se a gente souber apreciar e agradecer fazem o encanto da vida.
com as noras/filhas
Acrescento outras fotos                                

esse mini-jardim é em cima da mesa (Bergamo)




                                      


sábado, 15 de janeiro de 2011

BELGICA (BRUGES)

Ainda em Paris, minha irmã que mora na Bélgica veio com o marido para encontrar-nos e a festa foi ainda maior, mas para os participantes da excursão era chegada a hora de retornar ao Brasil, entretanto meu marido e eu ficaríamos. Iríamos à Belgica com o casal para ficar com eles e os filhos dos dois durante uns três dias, depois iríamos à Itália para “lamber as crias”, ou seja, rever os dois filhos e cinco netos que moram lá.

No mesmo dia em que o grupo retornou ao Brasil, seguimos para a Belgica com o Eurostar. Em menos de duas horas estávamos em Bruxelas de onde tomamos o trem local para Overijse, simpática localidade nos arredores da capital, para ficarmos mais à vontade, em casa, matar as saudades e por em dia as novidades.

Como já estava combinado, reservamos um dia para visitar a linda cidadezinha de BRUGES que inicia sua historia ainda no Sec IX devido a uma invasão dos Normandos que foram os primeiros (indesejáveis) visitantes da região e que, vindo para saquear entraram, com suas embarcações no Zwin, um braço de mar que chegava até o interno do país, e aí aportaram e chamaram o lugar de “Bryghia” que na língua deles significa mais ou menos “ ponto de chegada” e que deu início à cidade que depois viria a se chamar Brugge , isto é, Bruges. Esta se tornou não apenas uma cidade, mas um dos portos mais importantes e um dos pontos comerciais mais freqüentados da Europa Setentrional.

Mas foi no sec XV em que Bruges mais floresceu, cresceu em influencia e poder, pois, como cidade residencial dos duques de Borgogna e ainda de muitos habitantes importantes como banqueiros, comerciantes, duques, nobres, transformou-se no curso do século, no maior centro cultural do norte dos Alpes.



Conta-se que durante a segunda Guerra Mundial Brugges quase por milagre não foi devastada completamente. Um oficial alemão recebeu ordens do alto comando para acabar com a cidade. Ele teria podido fazê-lo facilmente, pois os canhões estavam a uma distancia de somente 18 quilômetros da cidade e tinham poder de tiro para além de 25 quilômetros. O oficial, comandante Hopman recusou-se a seguir a ordem, (coisa incomum num oficial alemão), alegando que era uma loucura, que Bruges era a cidade mais bonita nas redondezas e, além disso, sua importância estratégica e militar era quase nula. Os superiores deram-lhe razão, mas não podemos negar que o oficial foi muito corajoso e Bruges, hoje, pode considera-se fortunada por ter havido um comandante alemão que a conhecia muito bem e tinha aprendido a amá-la. Também nós somos fortunados de poder ter ainda hoje uma cidade assim tão bela uma verdadeira pérola de arquitetura para poder admirar.

A parte considerada mais importante para o turista, pode ser visitada a pé. É uma cidade onde apesar do grande numero de turistas (três a quatro milhões por ano) a gente se sente à vontade. Não é à toa que veio a se tornar nos últimos anos o centro turístico mais importante da Belgica. Você sabia que os trens Eurostar que passam sob o canal entre Calais e Folkestone são “made in Bruges”? Portanto, não é somente uma cidade turística, mas também industrial.

As construções são lindas e lembram aquelas cidades construídas com lego. É realmente uma festa para os olhos. Estivemos em um café cujo proprietário construiu em miniatura uma cidade inteira com estradas, trens que funcionam, canais, iluminação elétrica, edifícios, enfim, lembra muito a própria cidade e isso se pode apreciar mediante a colocação de umas poucas moedas em um recipiente, quase uma ajuda para que ele possa continuar a fazer aquele trabalho tão minucioso!

Não me decepcionei em visitar aquele lugar tão bonito, tão cheio de poesia, apesar de saber que também lá existe a tristeza, a dor, o sofrimento, a morte. Exatamente como no resto do mundo. Entretanto, saí de lá como se tivesse passado um dia em um conto de fadas!


Voltamos para casa felizes com o passeio e com a companhia, pois minha irmã e meu cunhado nos acompanharam, mas já estava quase terminando o nosso passeio pela Belgica (Bruxellas já tínhamos visitado em outra ocasião) e já era hora de “arrumar as trouxas” e seguir viagem para a Itália.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

PARIS

Por duas vezes em anos passados eu já havia estado em Paris. Mas ou não recordava ou não tinha prestado atenção no quanto essa cidade é linda! Chegamos de Londres, pelo Eurostar. ( A viagem de navio terminara). O desembarque foi meio confuso, pois o ônibus que nos esperava, pelo fato de não ter podido estacionar em frente à estação, ficou um pouco distante nos obrigando a carregar valises, sob um sol escaldante e ainda vestindo roupas de frio; para nós que vínhamos de um clima bem mais ameno, foi meio pesado. Mas chegando ao ônibus onde a guia já estava à nossa espera, tudo se normalizou. Durante o percurso até o hotel ela ia explicando e mostrando os lugares por onde passávamos. Mas foi à tardinha, depois de já acomodados, ter tomado um bom banho, almoçado, descansado, enfim, que saímos e pudemos realmente ver (ou rever) a cidade. Mesmo sendo outono, os dias eram ainda longos, e agora estávamos em dias livres, ou seja, fora do programa da excursão para poder decidir com quem e para onde ir.


O imenso espaço que se descortina aos olhos do visitante, dá a dimensão de como essa cidade foi projetada com visão de futuro. As enormes praças arborizadas, as largas avenidas, as pessoas que, ao sair do trabalho, aproveitam o sol antes que cheguem os meses frios, sentadas ou deitadas na grama verde e bem cuidada, a multidão de pessoas de todas as partes do mundo e mais a excitação de estar em Paris, fazem a gente se sentir como em uma festa. O Sena atravessando a cidade com suas barcas cheias de gente, os ônibus de dois andares sempre lotados de turistas, mostra a importância que tem esta cidade, a curiosidade que desperta, e a gente então, entende porque a chamam de Cidade Luz.

Os prédios lindos e bem conservados não demonstram que passaram por invasões, por guerras, e por que não dizer através do tempo, como, por exemplo, o Louvre que foi iniciado entre 1180 e 1223 sob o governo de Felipe ll Augusto. Da mesma época é a fundação da Universidade.


E assim outros tantos de enorme importância histórica que foram aparecendo sob dinastias que se sucediam, guerras políticas e religiosas que se travavam.

No entanto, a cidade conquistou realmente seu lugar na Historia a partir de 1789 com a Revolução Francesa, que assinalou o surgimento do mundo moderno.

Os anos de terror, de perda de vidas humanas, de danos irreparáveis às obras de arte foram esquecidos com a chegada dos novos, esplêndidos anos do Império, da ascensão de Napoleão Bonaparte (coroado em 1804) e da luxuosa corte com que ele se rodeou.

Entre 1804 e 1814 Paris se embelezava cada vez mais. Nesse período foi erguido o Arco do Triunfo, foi levantada a coluna Vendôme, o Louvre foi ampliado. Após a queda de outras monarquias (Carlos X e a de Luis Felipe Bourbon e Orléans), veio a Segunda Republica e Napoleão lll entregou ao barão Haussmann o projeto da reestruturação urbanística da cidade, período em que foi construído o Teatro Opéra, foram reestruturados também os grandes boulevards que encantam a quantos por lá passam.

Por volta de 1871 foi escrita ainda uma pagina triste na historia da cidade com La Comune, sangrenta revolução interna, onde muitos edifícios ricos de historia e de beleza foram perdidos no meio dos incêndios.

Depois disso, com o advento do novo século, Paris conheceu novos momentos de esplendor: as Exposições Universais e Internacionais, o nascimento de importantes movimentos artísticos, de pintura e de literatura.

Infelizmente com as duas grandes guerras de 1914 e 1939 a cidade sofreu bombardeios e ruínas: em 1940 caiu nas mãos do exército alemão, sendo liberada pelos Aliados em 1944 e a partir de então, cidade viva e livre, Paris conserva o seu lugar na historia da cultura da humanidade.


Na verdade a minha impressão pessoal de Paris é a de uma casa bem arrumada ou de uma moça bonita, mas não só bonita, no sentido como se entende de traços, mas chique, faceira, que faz a diferença. E continuamos passeando, aproveitando aqueles 3 dias com sede de ver, de descobrir, de admirar. A cada momento se descortinavam diante de nós os “ícones” da cidade: Notre-Dame, Saint Chapelle, Pont Neuf, Place des Victoires, Place Vendôme, Opéra, Louvre, Tour Eiffel, Sacrée Couer, Champs-Elysées, Arco do Triunfo, enfim, todas as coisas lindas repletas de historia, que transmitem, apesar do tempo, muita vida, muita dor passada e também felicidade, que contam historias de perseguições, de luxo, de fé, de trabalho, de persistência, enfim, historia de vida e passando por aqueles lugares, à luz do sol de final de setembro, me vinha à mente um trecho da linda valsa Sob o céu de Paris: ” é o mundo que acorda, chora, canta, sonha, ama, vive e grita feliz: Ó céu de Paris”!