quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

ESTOCOLMO

Estocolmo


A historia e a paisagem de Estocolmo são marcadas pela presença da água, sendo por isso mesmo chamada “a Veneza do Norte” É uma cidade que à primeira vista atrai porque a paisagem une harmoniosamente beleza natural e preocupação dos habitantes pela defesa dessa beleza.

Para o nosso grupo a chegada foi meio que uma aventura, porque o lugar por onde chegamos era distante do porto e não havia calado para que o nosso navio aportasse, então fomos transportados em barcos com capacidade para 150 pessoas cada. Os barcos partiam do navio lotados, e todos tínhamos uma sensação de medo, por nos sentirmos assim tão perto da água, com o vento forte e frio que potencializava a tremedeira (na foto você pode observar a distancia em que ficou o navio).


 Na verdade, poucos minutos de travessia, mas que a gente tinha pressa que eles passassem o mais rápido possível. Ao chegar à terra firme fomos transportados em ônibus para chegar até a cidade. A pessoa contratada para servir-nos de guia era brasileira, do Rio de Janeiro o que facilitava a comunicação, mas confesso que não houve muita empatia entre ela e os passageiros; em outras cidades,tivemos guias bem melhores.

Estocolmo é uma cidade digna de ser vista. A primeira impressão foi fantástica, vê-la do alto de uma colina, assim tão romântica, as pequenas ilhas todas com belíssimas construções dando uma impressão de ordem, os prédios tão bonitos se espelhando na água. Estávamos, então em uma colina para onde fomos levados, exatamente para poder ter uma visão panorâmica da cidade mas ela pode ser vista de outros pontos:edifícios altos, torres como a Kaknäs de 155mt no quarteirão de Gärdet, centro de transmissões de radio e televisão e o elevador Katerinahissen,mas não foi o nosso caso.

Ver essas pequenas ilhas dá sempre a impressão de que é difícil passar de uma para outra,que seja necessário fazer longos percursos de barco para fazer a travessia, mas,na verdade, disse-nos a nossa guia que é simples “saltitar” de ilha em ilha para alcançar o pedacinho de terra que se avista do outro lado do canal.

Estocolmo, segundo li em algum lugar, tem pouco mais de 800 anos, isto é, comparada a outras cidades européias tem uma historia relativamente recente, o que dá mais valor a uma região que se destaca por uma intensa vida cultural e uma arquitetura muito bonita. Normalmente se acredita que seja a cidade mais antiga da Suécia, mas não é. A mais antiga é uma cidade chamada Birka.

Visitamos o Vasamuseet que “deve ser o único museu do mundo construído para abrigar somente uma obra”. Lá pudemos ver o Vasa, um navio que naufragou durante a primeira viagem, como o Tinanic. Esse navio havia sido construído em 1628 por ordem do Rei Gustavo Adolfo e apenas soltou as amarras, após 15 minutos naufragou no porto de Estocolmo. Esteve submerso por 330 anos. Somente em 1961 uma expedição foi organizada para resgatá-lo e é impressionante ver objetos intactos dos seus tripulantes, alem de fermentas, esculturas, moedas, etc. O museu está sempre na penumbra para que a luz não venha a danificar o navio que está inteirinho lá dentro.



Vimos também a Stadshuten (torre da prefeitura) onde é possível subir durante o verão para ter o melhor ponto de observação da cidade. Soubemos, mesmo que não tenhamos visitado que é digno de ser visto no interior do prédio, o Salão Dourado que é maravilhosamente decorado com lindos mosaicos e vitrais preciosos e o pátio interno que tem arcadas de frente para o canal.

Como em todas as outras capitais pelas quais passamos durante a viagem,também em Estocolmo ficamos pouco, pouquíssimo tempo, mas valeu a pena, pois tivemos ocasião de estar num lugar onde nunca antes havíamos estado (pelo menos eu), observar a ordem reinante, o respeito pela natureza, a forma como os cidadãos são tratados pelos poderes públicos, as pessoas que vivem com dignidade, e pelo menos penso eu, não conhecem a miséria como grande parte do nosso povo conhece. As ruas são limpas, o transporte publico é eficiente,quase 100% da população fala pelo menos uma outra língua, enfim, um nível de desenvolvimento muito superior que, sem duvida, vem da educação e da inserção política dos cidadãos.


 Na verdade não se pode comparar em superfície aos nossos países sul americanos, mas percebe-se que o povo tem vontade de crescer e se desenvolver sempre mais.


Seria muito interessante ter visto mais, conhecido mais, mas infelizmente tínhamos outro compromisso, deveríamos navegar por dois dias para voltar ao Porto de Dover, na Inglaterra, nosso ponto de partida, para daí encontrarmos nada menos que Paris.

Mas este é assunto para nosso próximo encontro.