segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Sonhos: prerrogativa dos jovens?

Um dos meus filhos que mora fora do Brasil, mais precisamente na Italia, se encontra agora entre nós aqui em Fortaleza para gozar de alguns dias de férias com a família. Por falta de espaço na nossa casa eles estão hospedados com os pais da minha nora, mas bem perto de nós, oportunizando encontros freqüentes .
Festa do aniversário da Elena
Das três filhas, as duas maiores, 16 e 7 anos (a mais nova , a Gaia,tem 2 anos) ficam num troca-troca entre as casas dos avós e da tia por isso tenho tido oportunidade de observar bem de perto o comportamento principalmente da Giulia, a netinha de sete anos que tem curtido demais a presença da outra priminha que mora aqui, a Letizia. E como são muito apegadas a nós, fazem da casa do Nonnino e Ceceia o seu ponto de encontro, pois aqui estão longe dos pais, em território que elas consideram seu e se divertem e nos divertem “ um mundo”.
Esta introdução é para explicar as reflexões que me passam pela mente enquanto as vejo conversar, rir, brincar, correr, brigar, observo o quanto carregam de nós os nossos filhos e netos, de gestos, gostos, expressões, atitudes e penso que um dia quando formos chamados por Deus, estaremos perpetuados neles. Um pouco de nós ficou. Algumas coisas são herdadas mesmo e independem da nossa vontade, outras, porém, são “copiadas” pelas crianças e levadas para a vida adulta. E aí penso na enorme responsabilidade de termos sempre um comportamento digno e adequado para apresentar a esses pequenos seres.
Elena, Giulia e vovó no dia do aniversário
Nestes dias preparando uma festinha de aniversário para a Elena , que está completando 16 anos e adooora uma festa , nós avós, resolvemos presenteá-la com uma festinha , convidando todos os tios e os primos jovens, uma vez o seu aniversário coincide ser agora enquanto está de férias aqui, e na Italia ela não teria muita chance de viver um momento assim. E, junto a mim, ajudando a resolver as coisas: lista de convidados, aluguel de mesas e cadeiras, escolha de comidas para servir durante o encontro, vestido para usar na festa, enfim todos os detalhes, fico encantada de perceber a expectativa e os sonhos que passam pela sua cabecinha. E literalmente me vejo nela.
O tempo, a idade, o fato de já ter uma neta de 16 anos, (orgulho meu e do nonnino, diga-se de passagem), não conseguiram apagar de mim a mania de sonhar de olhos abertos, de imaginar como vai ser, se vão gostar, enfim, de viver por antecipação cada momento seja de uma festa, de uma viagem, de um encontro, etc. Dependendo da situação, já fui até cantora, artista, uma bela bailarina, já fui bela, alta, já fui até santa! Enfim ,meus sonhos vão se formando junto com minha imaginação.
Letizia e Giulia
Na verdade nunca deixo de sonhar a cada nova oportunidade que Deus me oferece e peço a Ele que conserve os sonhos da Elena, naturalmente guiando-a, corrigindo-a, orientando-a para que ao “acordar” saiba seguir seu caminho de jovem, de adulta, de profissional de esposa e mãe com pés firmes, com determinação, sempre segurando na sua mão, para que quando tiver os seus netinhos ela recorde essa nonna sonhadora mas muito ajuizada (será?) e muito, muito feliz!
Giulia e Gaia

domingo, 1 de agosto de 2010

FILHOS SÃO COMO NAVIOS ( Içami Tiba )


Oi, amigos já faz um mês que não publico nada. Estou com saudades. Aconteceu que seja eu como o computador estivemos “fora de forma” por uns dias. Mas aqui estou de volta. Durante o tempo em que estive “ausente” do blog muitas coisas me passaram pela mente, e em determinados dias me senti um pouco sozinha e senti muitas saudades do tempo em que tinha os filhos todos em casa, das obrigações, do barulho, das responsabilidades, de ter alguém para cuidar. Chegou-me às mãos este texto que veio ao encontro das minhas saudades, das minhas lembranças. Transcrevo para vocês, pois muitos são pais que ainda têm os filhos em casa, jovens ou adolescentes, mas ainda em casa. Outros começam a sentir que os filhos estão partindo para construir suas vidas, e outros ainda,os que têm filhos pequenos, parecem tão seus, mas sabem que essa situação não é permanente. A estes eu digo: aproveitem para curtir enquanto o tempo não leva consigo este momento. Chega rápido sem que percebamos.E depois bate uma saudade!...


"Ao olhar um navio no porto imaginamos que ele esteja em seu lugar mais seguro, protegido por uma forte ancora.

Mal sabemos que ele ali está em preparação, abastecimento e provisão para se lançar ao mar, ao destino para o qual foi criado, indo ao encontro das próprias aventuras e riscos.

Dependendo do que a força da natureza lhe reserva, poderá ter que desviar da rota, traçar outros caminhos ou procurar outros portos.

Certamente retornará fortalecido pelo aprendizado adquirido, mais enriquecido pelas diferentes culturas percorridas. E haverá muita gente no porto, feliz à sua espera.

Assim são os filhos. Eles têm nos pais o seu porto seguro até que estejam independentes.

Por mais segurança, sentimentos de preservação e manutenção que possam sentir junto aos seus pais, eles nasceram para singrar os mares da vida, correr seus próprios riscos e viver suas próprias aventuras.

Certo que levarão consigo os exemplos dos pais, o que deles aprenderam e os conhecimentos da escola, mas a principal provisão está no interior de cada um: a capacidade de ser feliz.

Sabemos, no entanto, que não existe felicidade pronta, algo que se guarda num esconderijo para ser doada, transmitida a alguém. O lugar mais seguro em que o navio pode estar é o porto. Mas ele não foi feito para permanecer ali.

Os pais também pensam que são o porto seguro dos filhos, mas não devem se esquecer do dever de prepará-los para navegar mar a dentro e encontrar o seu próprio lugar onde se sintam seguros, certos de que deverão ser, em outro tempo, este porto para outros seres.

Ninguém pode traçar o destino dos filhos mas deve estar consciente de que na bagagem deve levar valores herdados como: humildade, humanidade, honestidade, disciplina, gratidão, generosidade.

Filhos nascem dos pais mas devem se tornar cidadãos do mundo. Os pais podem querer o sorriso dos filhos mas não podem sorrir por eles. Podem desejar e contribuir para a felicidade dos filhos mas não podem ser felizes por eles .

A felicidade consiste em ter um ideal a buscar e ter a certeza de estar dando passos firmes no caminho da busca.

Os pais não devem seguir os passos dos filhos nem devem estes descansar no que os pais conquistaram. Devem os filhos seguir de onde os pais chegaram, do seu porto e, como os navios, partirem para as próprias conquistas e aventuras. Mas para isso precisam ser preparados e amados, na certeza de que “quem ama educa”.

Mas como é difícil soltar as amarras"!!!