quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O NOME DELE É PERI!

“O NOME DELE É PERI”


Por esses dias tenho pensado muito no meu pai, recordando a pessoa maravilhosa que ele era. Por ser um homem alegre, espirituoso, era muito querido por todos na pequena cidade onde morávamos e onde ele chegava era a certeza de risos, pois em tudo ele sabia encontrar motivo para uma piada, qualquer coisa que contasse era engraçado.

Ele viajava bastante pelos povoados seja os vizinhos e até mais distantes, às vezes no jipe da repartição, outras a cavalo; era funcionário das Endemias Rurais (que antigamente eram chamados de mata-mosquito) mas quando estava em casa havia sempre os amigos que vinham para encontrá-lo e aí ficavam na varanda ou na calçada conversando, rindo, trocando idéias. Muitas vezes nossa sala ficava cheia de gente assistindo pelo radio a novela “Jerônimo, o herói do sertão”. Ainda não era chegada a televisão.

Na cidadezinha em que morávamos, quando se tinha necessidade de vir a Fortaleza havia dois meios de transporte: um ônibus, desses abertos nas laterais que os habitantes chamavam “O Bolero” e quando não havia possibilidade de encontrar vaga, havia o caminhão que, naturalmente era para cargas, mas  tinha três boléias, para os passageiros que haviam sobrado.

É justamente no caminhão que se passa o fato que quero contar.

Certa vez meu pai tendo vindo a Fortaleza para resolver algumas coisas, na hora de retornar aconteceu de não haver mais vaga nem no ônibus nem na boléia do caminhão. Ele precisava voltar pra casa então se submeteu a viajar em cima, na carroceria, junto com a carga. Mas ao invés de ser um incomodo, foi uma curtição, pois encontrou um amigo e compadre, o Áureo Campos, que estava na mesma situação.

O caminhão saiu, eles a conversar e a trocar idéias, a falar de caçadas que eles adoravam. E a viagem seguia em frente. Lá pelas tantas, em uma das inúmeras paradas, subiu para a carroceria um novo passageiro: o Almerindo, irmão do Áureo, que estava num povoado onde tinha ido para pegar um cachorro que alguém lhe prometera. E lá estava ele com aquele vira-lata nos braços. No princípio houve certo interesse pelo animal, perguntaram que idade tinha, de onde vinha, se era treinado para caçar, enfim, as perguntas normais de caçadores. Ele respondia a tudo com um enorme entusiasmo próprio do caçador pelo seu animal.

 Depois o interesse dos outros acabou e o assunto mudou para outras coisas. “Mas ele não se conformava e queria sempre falar daquilo que era o seu maior interesse no momento e volta e meia se metia na conversa para dizer: “o cachorro é muito bom”, ou “caça tatu como nenhum outro”, ou ainda: ele é um companheiro e tanto”!, Enfim, não parava de gabar o cachorro, até que o Áureo se zangou e disse: “larga de ser besta, macho, não tem outro assunto não? Só fala nesse vira-lata, já está enchendo o saco”! Ele ficou meio encabulado e realmente não falou mais, enquanto o papo dos outros continuava muito animado. Mesmo meio ressabiado continuava com o cachorro nos braços como quem carregava um bebê. Até que num momento meu pai percebeu o quanto ele estava calado e disse: “o que foi que houve compadre? Tá tão calado, fala alguma coisa”! Era a deixa que ele esperava, não se fez de rogado e imediatamente, ainda alisando o cachorro disse em alta voz: “ o nome dele é PERI”!


Ainda hoje na nossa casa, sempre que existe uma coisa que desperta interesse e a gente fala nisso mais que o normal, usamos dizer : o nome dele é Peri.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

PUERTO VARAS


não é fantástica a montanha?
 No final da viagem ainda passaríamos por Santiago, mas agora era hora de seguirmos nosso programa que tinha como próximo destino a pequenina, bonita e agradável cidade de Puerto Varas (às margens do Lago Llanquihue), cidade turística que está situada na denominada "região dos lagos", cerca de 960 km ao sul de Santiago. Localiza-se a apenas 65 km do vulcão Osorno (inativo) e um daqueles que juntamente com o Calbuco, como me dissera o Bruno, podíamos ver cada vez que nos aproximávamos do janelão do hotel em que ficamos hospedados.

Devo dizer que o Osorno, desde que o vi, exerceu sobre mim uma influência quase mágica, pois durante os dias em que estivemos na região, meu olhar era constantemente atraído para aquela linda montanha cônica coberta de neve (muito semelhante ao famoso Monte Fuji) que de quase qualquer lugar onde estávamos podíamos ver. Ficou tão presente, que meu marido para brincar comigo passou a chamá-lo “Zé”. Para dizer que era como um velho conhecido.

Mas voltemos à narrativa.

Saímos de Santiago às 20:00h depois de um dia quente e cansativo. Nossa esperança era que viajaríamos no “bus salon cama” nome mais chic do ônibus leito que, pelo que sabíamos era confortabilíssimo, que veríamos paisagens belíssimas, etc. e pelas 22:00h faria uma parada num restaurante agradável onde os passageiros jantariam. Pela novidade do fato aceitamos a sugestão renunciando a uma viagem de avião que teria durado apenas uma hora ou pouco mais. Realmente o ônibus era muito confortável, nossas cadeiras ficavam na parte superior, no segundo andar e em conforto eu compararia à classe executiva dos aviões comerciais. Poltrona-cama macia, cobertor, silêncio, passageiros muito educados, fiquei, de fato, bem impressionada com o nível de educação dos nossos companheiros de cabine. Aliás, o povo chileno é bem educado.

Mas as horas passando, 9:30h, 10:00h e nada da esperada paradinha para o jantar, somente depois que perguntamos ao encarregado da assistência aos passageiros é que viemos, a saber, que a viagem era direta, sem paradas, ou seja, não haveria jantar. Só aí entendi porque antes vira as pessoas tirando das sacolas seus pacotinhos com sanduíches uns, biscoitos outros, mas é assim mesmo, quem não sabe é como quem não vê.

E agora? Estávamos todos com fome e tivemos de nos conformar em dividir 2 barras de chocolate entre 8 pessoas, incluindo as duas crianças para enfrentar as outras dez horas de viagem. Pois é isso, depois do chocolate, água e dormir! E mais, durante a noite quem via as “lindas paisagens”? Ao amanhecer, uma caixinha com um biscoitão e uma garrafinha de suco, uma saladinha e pronto! Chegamos em Puerto Varas às 8:30 da manhã. Gostaria de encerrar aqui este parágrafo, mas preciso contar que ao chegar ao Cabañas do Lago, o hotel em que ficaríamos hospedados, nossos quartos ainda não estavam livres, só poderíamos entrar após o almoço. O restaurante, entretanto, estava liberado para o café da manhã. Pelo menos isso.


olha a igreja como é linda!!
 Mas como em viagem a gente não deve se estressar entramos na Van que já estava à nossa espera e fomos à descoberta da cidade que é realmente linda, com casinhas de madeira no estilo alemão, com gerânios e cortinas rendadas nas janelas, parecendo letra de canção antiga, colinas verdes iluminadas pelo sol da manhã, um clima ameno, um lindo lago e aí não tinha lugar para mau humor naquela paisagem de cartão postal.


um dos recantos de Puerto Varas. Rosas à beira do lago
 O Sergio, nosso simpático e informado motorista, depois de mostrar a cidade, nos levou até Puerto Montt a cidade vizinha, muito maior, mais desenvolvida (é a segunda cidade do Chile). Aí estão instaladas várias industrias para beneficiamento de salmão, mas está longe de ter o charme e a beleza de Puerto Varas. Depois do passeio fomos a um bom restaurante, almoço farto, comida gostosa e aí, sim, pudemos dar entrada no hotel onde, enfim, estávamos bem instalados para passar os cinco dias seguintes, incluindo o Natal.

A ceia da véspera de Natal foi no próprio hotel e depois fomos todos ao nosso apartamento para fazermos uma oração e procedermos à troca de presentes que havíamos previamente preparado. As crianças curtiram muito, foi animado de verdade. No dia seguinte fomos à Missa na Catedral da cidade que é linda, toda feita de uma madeira chamada alerce, (da qual atualmente está proibido o uso, pois quase foi extinta), parece aqueles edifícios dos filmes de Walt Disney, pintada de branco e vermelho.


no barco para ir ver os pinguins
 No dia seguinte fomos ver as Pinguineiras de Puñihuill, tendo que ir de ferry boat através do Canal de Chacao até a Ilha Grande de Chiloé, de onde seguiríamos por terra até a praia onde ficam os barcos que levam os turistas para ver os pingüins. Até chegar aí já tínhamos feito muitos quilômetros, fazia frio e chovia um pouco.

O barco que nos levou para fazermos o giro que nos permitiria ver os pingüins é um capítulo à parte. O barco com motor de popa muito potente “pulava” como um potro desgovernado, todos nós portávamos coletes salva vidas e todos também estávamos apavorados. Os homens, com certeza, não vão admitir. Mas eu estava, sim. O vento era forte e frio. Na verdade, os pingüins não eram muitos, mas foi legal, pitoresco e saber que estávamos no Oceano Pacífico deu mais emoção ao passeio.

No dia seguinte seria a esperada travessia dos lagos e não decepcionou. Saímos de ônibus juntamente com muitos outros turistas que estavam nos vários hotéis da cidade, rumo ao Puerto de Petrohué, entramos no lindo parque Vicente Perez Rosales, vimos os saltos de Petrohué cujas águas que têm uma cor inacreditável, (verde esmeralda) são oriundas do degelo do vulcão Osorno (o Zé) e de tão transparentes permitem ver as lavas vulcânicas. O guia explicava que naquela região chove durante cerca de duzentos dias por ano, não é de admirar, então, uma vegetação assim exuberante. Disse-nos ainda que o terremoto de 1960 que durou 11 longos minutos modificou a geografia dos locais atingidos.


olha aí o pessoal que preferiu o caiaque
 Embarcamos no Catamarã que nos levaria a Peulla. Viajávamos no Lago Todos os Santos que por causa da cor das águas é também chamado Esmeralda e como o tempo estava favorável ficamos fora do salão destinado aos passageiros e aí era só beleza para se admirar: o céu que se espelhava nas águas do lago, muito verde das montanhas em redor, umas com os picos nevados, cachoeiras formadas pelas águas do degelo das montanhas, uma paisagem linda, repousante e que levava a alma ao louvor de um Criador de tanto poder e amor.

Em Peulla tivemos o passeio com um caminhão 4x4 tipo de guerra e foi lindo, ele atravessava o rio formado pelo degelo do vulcão, levantando água, passando sobre pedras, e podíamos ver o helicóptero sobrevoando o rio e as montanhas com as pessoas que haviam feito essa opção de passeio, mais atrás os que haviam escolhido navegar com os caiaques, enfim, havia opção para todos os gostos.

Depois vimos os animais nos cercados, lhamas, cervos, alpacas, ovelhas, cabras, porcos todos criados na planície rodeada de montanhas, com muito pasto, muita água e pensei que até animal precisa de sorte. Retornamos ao hotel com o coração preenchido por tanta beleza.


imagine o perfume...
 No dia seguinte que seria o nosso ultimo dia naquela região ainda fomos a Frutillar, uma cidadezinha linda que tem somente 16.000 habitantes, mas que tem grande importância histórica para o país, pois ali se instalaram os primeiros colonos alemães que chegaram ao Chile. Tem também importância cultural, pois promove festivais de musica como “Las Semanas Musicales” com orquestras sinfônicas e filarmônicas dirigidas por conhecidos diretores, como também conjuntos de câmera, corais, jazz e óperas. As construções em Frutillar também têm a característica alemã, as praias às margens do lago são lindas, os jardins das casas, bem cuidados com lindas flores. Estivemos em uma casa de chá no meio de um campo de lavandas que é uma coisa linda! Toda a decoração do interior da casa é feita baseada na lavanda: toalhas, louças,quadros, enfim, tudo!

E mais uma coisa: da cidade podem ser vistos quatro vulcões: Osorno, Calbuco, Pontiagudo e Tronador. Prá quem na vida nunca vira um vulcão, já era um exagero!

Mas era hora de voltar e, após o almoço já iríamos diretamente ao pequeno, limpo e arrumado aeroporto de Puerto Montt para voltarmos a Santiago, ao hotel, e no dia seguinte, logo pela manhã novamente aeroporto, dessa vez o internacional, para voltar a São Paulo e tomar o rumo de casa. Era hora de cair na real.

No entanto, no pequeno espaço de tempo entre Puerto Monte e Santiago, eu olhava da janela do avião a majestosa Cordilheira dos Andes e apreciando aquelas lindas e altas montanhas, por alguns momentos ainda pude ver e saudar o meu amigo Zé.

em Peulla, entre agua e montanhas


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

CHILE

Chile


Ao chegarmos da viagem que fizemos aos países do Baltico, ainda com as valises por desfazer, nossa filha disse que ela e o marido tinham um presente de Natal para nos oferecer (estávamos em finais de outubro), e o presente seria uma viagem ao Chile na companhia deles com data já fixada para meados de dezembro. Tomei um susto. Por dois motivos: primeiro, uma viagem assim tão “pertinho” da outra não era coisa que fizesse parte dos meus planos; segundo porque o Chile sempre imprimiu em mim uma espécie de receio, coisa antiga, ainda dos meus tempos de estudante quando lia nos livros de geografia que o país por sua intensa atividade sísmica e pelo grande numero de vulcões existentes em seu território fazia parte do chamado “Círculo de fogo do Pacífico.” Esta expressão nunca me saiu da mente, era muito forte. Não seria, portanto, um lugar que eu escolheria para fazer turismo. Quando o Bruno, nosso netinho, veio me dizer, eufórico, que um dos hotéis nos quais nos hospedaríamos ficava bem de frente para dois vulcões, ai, meu Deus, aí completou o “circulo de fogo” da minha mente.


A arvore de Natal do hotel

“Mas calma, eu me dizia. Todos os dias milhares de turistas vão ao Chile, gente do Brasil, pessoas conhecidas e amigos nossos e voltam encantados com o país, contando maravilhas”, e o meu outro lado medroso replicava: “é, mas em fevereiro mesmo houve um terremoto grande”. O fato é que a companhia que teríamos de filhos e netos, a alegria deles, a ansiedade em preparar a viagem, me contagiaram (meu marido já estava “contagiado” desde o principio), e por que não dizer, o nome que a agencia de viagens deu ao “pacote”: Travessia dos Lagos Andinos, mais bonito e romântico, impossível, aí não tinha mais medo que me impedisse de ir.


piscina do hotel mostrando uma pequena área do jardim
 Agradeço a Deus por ter feito a escolha certa, porque foi uma viagem maravilhosa, foram 10 dias de alegria, de encher os olhos com paisagens magníficas, de apreciar uma natureza linda, que retribui em beleza, em doçura, em montanhas encantadoras, em uma vegetação exuberante, em um clima extremamente diversificado, em regiões de desertos áridos e outras de chuvas abundantes, o que possa ter de violência pelos terremotos e vulcões.                                                                                        

Achei lindo o que se lê na apresentação do livro que é vendido aos turistas, aquele que quase todos compram e acho que vale a pena transcrever: “A geografia do Chile é tão singular que parece fecundada pela fantasia e o sonho de um Criador que se deixou levar pelo mais exaltado delírio como pela mais harmoniosa serenidade. A beleza do Chile é tão variada que tudo cabe nela. Essa terra é tudo, a mais longa, a mais estreita, a mais longínqua, e em tantos sentidos, a mais prodigiosa do mundo. Se apresenta no mapa como uma travessura cartográfica traçada por um finíssimo pincel que prende a Cordilheira dos Andes e a debruça quase mais sobre o mar que à sua frente.”


Vista da cidade

Não há como não ver o Chile como um país de “primeiro mundo”, contradizendo àqueles que chamam essa parte do hemisfério Sul de America “latrina”.

Vista da cidade


Não entendo de política, ou economia ou qualquer outra coisa que me qualifique para que dê uma opinião abalizada sobre um país, mas vejo jornais, escuto noticiários, assisto a programas de televisão e tenho olhos para ver, cabeça para pensar e sei observar para tirar a conclusão de que esse país tem enormes riquezas, que o mar é prodigo e tem projetado o nome do país pelo mundo afora com a indústria pesqueira altamente desenvolvida, que a riqueza geológica tem sido fator de enorme desenvolvimento com a exploração de minas, que na parte central do país o clima de tipo mediterrâneo faz do país um dos maiores exportadores de frutas atendendo os países do hemisfério Norte durante os meses de inverno com uvas, nectarinas, maçãs, peras, kiwis, cerejas, pêssegos e ao lado disso a produção de vinho que vem sempre mais ganhando espaço e competindo com as grandes casas vinícolas européias. A indústria do turismo, em franco desenvolvimento, é fator de riqueza para qualquer país, especialmente num mundo onde os transportes, principalmente os aéreos, têm se desenvolvido muito, barateando os custos e possibilitando às pessoas de médio poder aquisitivo, viajarem em férias, em resumo, fazerem turismo.


Cerro Santa Lucia

O fecho para tudo isso é uma política séria, comprometida com a população. Sente-se a satisfação do povo com os seus governantes. Conversando com o motorista da Van que estava à nossa disposição ele me dizia que o povo está realmente satisfeito com o atual presidente, porque ele está dando continuação ao trabalho do governo anterior que tinha sido ótimo. Disse-nos ainda que eles, os motoristas das vans que conduzem os turistas têm à disposição cursos proporcionados pelo governo que constam de conhecimentos sobre a historia, geografia, política, economia, produção agrícola, minas, enfim, um grande numero de informações atualizadas para que eles se capacitem e os os turistas conheçam um pouco do país que estão visitando.

A saída do vôo de São Paulo para Santiago atrasou e ao invés de chegarmos às 22h como previsto chegamos já por volta da meia noite e fomos de taxi para o lindo Grand Hyatt Hotel que tinha logo no pátio de entrada uma imensa árvore de Natal cujo topo chegava à altura do 5º andar. Uma maravilha! Hotel chic!!! Os jardins belíssimos são dignos de um Burle Max! Quarto grande, cama confortável, uma beleza para quem saíra de casa às 8 da manhã. Depois de um sono reparador e um café da manhã farto e saudável, encontramos na recepção o Marcelo que ficaria conosco durante nossa estada em Santiago. Pessoa simpática e agradável. Embarcamos na van que já estava a postos e saímos à descoberta de Santiago.


Centro da cidade - Catedral

Pudemos observar como a cidade é desenvolvida, bonita, com largas avenidas, parques fantásticos, enormes e muitos, encontram-se muitos parques pela cidade. Eu pensava no valor da água, alias, já tinha visto isso noutros lugares onde estive, a presença da água em quantidade, muda completamente o visual de uma cidade. As árvores bem desenvolvidas, o verde espalhado por toda parte, flores em abundancia e, é claro, uma administração que se preocupa com a limpeza e a manutenção das esculturas, dos prédios públicos, dos jardins, de tudo o que compõe a beleza de uma cidade.
Marcas do terremoto de fevereiro
                                                                                                                                            

Fomos a uma colina que é ponto turístico, chamada Cerro Santa Lucia, muito bonita e agradável. Por onde se passa há sempre alguma estátua, prédio ou avenida que relembra o nome do fundador da cidade, Pedro de Valdívia. Por acaso eu havia lido recentemente um romance de Isabel Allende, “Inès dell´anima mia”, que falava da conquista do Chile pelos espanhois e cujo protagonista era exatamente Pedro de Valdívia. Recordar o que havia lido, pensar no que era a capital na época da fundação e observar o que agora estava diante de mim, foi realmente gratificante.


Palacio La Moneda

Visitamos o zoológico num dia de calor intenso, mas para as crianças foi maravilhoso, ver os animais é sempre um ponto de atração. Visitamos também o Convento de São Francisco, vizinho à igreja que tem uma imagem da Virgem Maria trazida da Espanha. Por quem? Por ele, sim, Pedro de Valdivia.


Bruno e Letizia tentando medir a arvore
 Vimos ainda a casa onde morou Pablo Neruda, visitamos uma fabrica/oficina onde trabalham a prata e a pedra lápis lazzuli, cujas minas já foram cerradas à extração em grande escala para não esgotá-las (essa pedra só existe no Chile e no Afeganistão), assim a pedra agora é trabalhada na confecção de objetos para decoração e jóias que os artesãos trabalham juntamente com a prata produzindo “semi-joias” de bom gosto e grande beleza. Antes era usada em pavimentos de hotéis e revestimento de piscinas.

No calorão um sorvete vai bem!
O centro da cidade todo decorado para o Natal, nos shoppings, o vai e vem de pessoas que precede as grandes festas, tudo era motivo para deixar-nos animados e para apreciar cada vez mais o país que estava sendo para nós uma agradável surpresa. As crianças contagiadas pelo espírito do Natal e certas de que já falavam espanhol, em qualquer lugar onde entravamos diziam: Feliz Navidad!

Na próxima publicação falarei sobre as outras cidades que visitamos, além de Santiago: Valparaiso, Viña Del Mar, indo em seguida para a distante Puerto Varas, linda cidade de colonização alemã com uma arquitetura que remete às cidadezinhas da Europa, Puerto Montt, Frutillar, Puerto Octay, Chiloé, fomos ver as Pinguiñeras de Puiñuhill, Isla Grande, as corredeiras de Petrohué, Peulla, enfim há ainda muitas coisas bonitas para contar. Até a próxima.